04/12/08

Avaliação dos docentes é para fazer em defesa da qualidade da escola pública

“Não me peçam para suspender a avaliação dos professores, porque isso significa não fazer”, afirmou a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, sublinhando que “se desistirmos da avaliação, desistimos de continuar a defender a qualidade da escola pública”.
Maria de Lurdes Rodrigues,referiu que o desafio que se coloca ao Governo “é superar as dificuldades e encontrar as soluções para o fazer, o que passa por apoiar as escolas” para que estas o façam nas melhores condições.
A ministra da Educação,salientou que um dos aspectos que esteve sempre subjacente ao modelo de avaliação dos docentes foi “respeitar a autonomia das escolas. A aposta do Governo é reforçar a autonomia” dos estabelecimentos de ensino.
Por outro lado, explicou, a avaliação tem duas componentes, já que a “a profissão de professor tem alguma complexidade”. Assim, referiu, “procurámos avaliar o contributo do professor para a vida na escola, como a participação em projectos, a presença em formação contínua, com a avaliação do seu desempenho na sala de aula”.

Este modelo, “tem alguma complexidade"

Este modelo, adiantou a Ministra, “tem alguma complexidade, mas o modelo não foi concebido para desvalorizar o professor, mas sim para dar mais valor à função docente”, Por isso, explicou, “não podíamos ter um modelo muito simplificado”.
Segundo a ministra da Educação, “o centro da avaliação está no desempenho do docente na sala de aula”, adiantando que nos países da OCDE a média de aulas observadas é de 50%, enquanto em Portugal a média é de 5%.
Na sua intervenção, recordou o memorando de entendimento acordado com os sindicatos em Março, em que “foi criado um espaço de diálogo para acompanhar o que se passava nas escolas, que fizeram um esforço notável para procurar soluções para concretizar o modelo”.
Maria de Lurdes Rodrigues lembrou ainda que, no âmbito da avaliação, foram criados dois instrumentos para reforçar a autonomia das escolas, a nomeação em comissão de serviço e mecanismos de delegação de competências.
Referindo que não há dois países com modelos iguais de avaliação dos docentes, a ministra da Educação salientou que “este modelo demorou muito tempo a ser construído, tendo havido negociação, audições com sindicatos”. É, portanto, frisou, “um modelo que recebeu muitos contributos”.

Dificuldades são superáveis

Segundo Maria de Lurdes Rodrigues, “as críticas que têm sido feitas são sempre de natureza processual”, sublinhando que “há dificuldades, mas elas são superáveis, há muitas escolas a fazer bem e com determinação”.
“È necessário fazer, e vamos apoiar as escolas que querem fazer, há professores que querem ser avaliados e que são os motores das avaliações nas escolas".

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