29/04/08

BlOG ALCÁCER DO SOL TEM MEDO DO SOL

O Toldo


Vem isto a propósito do toldo que cobre a venda do camarão no largo Luís de Camões.

Com o título "arquitontices" escreve o blog Alcácer do Sol um longo artigo com 5 fotos sobre um toldo. E diz nesse artigo, que a "construção" do toldo foi por eles acompanhada em vários artigos.

Ao fazer-se uma vista no seu blog lá vêm mais fotos para medição de buracos.

Apesar de estarmos concentrados nas questões importantes do concelho, nas linhas mestras do nosso desenvolvimento, por acaso tínhamos reparado no toldo. E achá-mo-lo leve, melhor conseguido que o seu vizinho que cobre os táxis.

Veja-se o que escreveu o blog Alcacer do Sol:

"o toldo apenas protege do sol uma pequena parte do local da venda de camarão!
O "barco" tem 7 lugares de venda (atendendo às divisórias instaladas).
Dos 7 lugares, 4 estavam ao sol. Ou seja, 57% dos lugares não estavam à sombra.
Do qual resulta a inevitável pergunta: para que servirá então o toldo? uma vez que não impede a exposição solar directa?
Note-se que a hora a que as fotografias foram tiradas não é a mais crítica. Esta era a situação por volta das 3 horas da tarde. Com o passar do tempo o sol vai baixando e a sombra vai diminuindo...
Fomos à descoberta da razão de ser desta arquitontice. Estas foram as hipótese identificadas:
hipótese 1- para proteger da chuva
mas para isso não dá pois o toldo é perfurado...e com um pouco de vento a chuva também entra por ali a dento...
hipótese 2- para esconder a igreja
mas isso não dá porque ainda se consegue ver a ponta da torre...
hipótese 3- para tapar a bonita ponte metálica, agora em reparação sob responsabilidade das Estradas de Portugal. Isso até é possível, mas apenas em determinados ângulos. Por isso também não deve ser essa a razão...
Resta-nos a última hipótese.
Provavelmente o toldo servirá para dar apoio à instalação dum sistema refrigerado para acondicionamento dos alimentos, assim como a existência de água corrente para lavar (pelo menos) as mãos, assim como...
Bem, tudo aquilo que é fundamental para proteger a saúde pública, defender o consumidor e dignificar a actividade de todas as pessoas que ali trabalham.
Pena é que, ao ritmo que a Câmara executa qualquer coisinha, ainda vamos ter que esperar pelo próximo Presidente para ver isto feito!"


Perante este tão exaustivo e talentoso trabalho do blog Alcácer do Sol, acerca de um toldo, ficámos a duvidar da nossa inteligência. Se calhar este toldo não é um toldo ou então comporta razões que a razão desconhece, pensámos! E, prudentemente, fomos consultar renomeados especialistas das matérias estudadas pelo Alcácer do Sol, naquele toldo.

Assim:

1. Fomos pedir ao maior matemático vivo de Alcácer, de nome Nuno Santana, se estava certa a percentagem de 57% de sol (4 dos 7 lugares) que preocupado em esclarecer com rigor matemático, os alcacerenses, laboriosamente, aquele blog, havia calculado.
E estava! Nuno Santana fez-nos o cálculo de cabeça: "4 em 7 dá 57%, por arredondamento para trás". Parabéns então, porque sabem achar percentagens.

Mas, por mais que queiramos ser benévolos na apreciação deste tão laborioso e meritório trabalho, do Alcácer do Sol, não se pode aceitar que imediatamente a seguir àquela %, tão bem calculada apesar da dificuldade do exercício (!) coloquem ao leitor a pergunta: "Do qual (percentagem) resulta a inevitável pergunta: para que servirá então o toldo? uma vez que não impede a exposição solar directa?"

Porque essa conclusão não nos cheirou bem, pensámos: não haverá aqui malandrice? Não estarão, a partir de uma meia verdade, a fazer uma mentira?
Metemos então, pernas ao caminho e fomos até ao largo da Câmara para, desta vez, pedirmos os préstimos do nosso maior matemático de todos os tempos e homem de espiríto filosófico – Pedro Nunes, em estátua. Sem hesitação disse-nos que era falacioso a conclusão, porque, segundo ele, se 57% estava ao sol 43% estava à sombra pelo que o que se podia deduzir era que o toldo impedia a exposição solar directa em 43%. Fizemos uma vénia respeitosa a Pedro Nunes e fomos rever o toldo que de novo achamos leve, bem conseguido! Pelo caminho solidificámos a nossa posição: não podem restar dúvidas. É em Pedro Nunes que temos de acreditar.

Mas lembrámos, de repente, que ainda tinha sido escrito algo mais sobre o notável toldo! Corremos então ao PC (o computador) e lá estava: "Esta era a situação por volta das 3 horas da tarde. Com o passar do tempo o sol vai baixando e a sombra vai diminuindo..."

Será?

Fomos então à consulta de um grande físico da capital e que até trabalha nos serviços meteorológicos e que por acaso até se chama sol. Fernando Sol Caminha. E o Fernando, de facto, confirmou-nos que o sol caminha. E disse-nos que na verdade, com o passar do tempo o sol vai baixando (porque era de tarde!) e a sombra pode de facto, ir diminuindo.

Mas o estudo não ficou por aqui.

Porque certos de que de uma arquitontice se tratava foi o blog Alcácer do Sol à descoberta da razão de ser do toldo. E colocaram hipóteses, assim:

Na hipótese 1 a chuva não dá, dizem. E ainda há que contar com o vento. (já tinham medo ao Sol, agora têm medo ao vento!) e ao menos que não nos vieram com medições "ao vento" se não. lá nos faziam ir à procura de aparelhómetros de medir vácuos e corridas de ar para os ocupar!

Na hipótese 2 esconderam a Igreja mas pouparam a torre, deve ter sido por respeito cegonhal!

E na hipótese 3 taparam a bonita ponte metálica mas concluíram que só em certos ângulos o conseguiam e, ainda assim, só parcialmente.

Hum…voltámos a desconfiar. Esta dos ângulos…

Fomos então às páginas amarelas à procura de um homem de ângulos, mas não encontrámos. Serviu-nos um especialista de astros e lá fomos até ao seu "estaminé". Mostrou-se muito conhecedor da matéria, já tinha trabalhado na NASA e tudo… Pois desfez-nos imediatamente as nossas dúvidas. Confirmou-nos ali, preto no branco, que conforme os ângulos surge a tapagem. Aquele cientista até nos ensinou os eclipses, explicou-nos os totais e os parciais (entendemos então à saciedade, a tapagem parcial da ponte…) e, deu-nos, até, uns desenhos (dúzia e meia) para que os entregássemos ao Alcacer do Sol para que se inspirem ainda mais e façam um trabalho ainda mais aturado, quiçá uma tese com direito a livro e tudo, com um título, por exemplo:

"como uma arquitontice faz um toldo tapar uma ponte, uma igreja sem que tape sol, chuva ou vento."

Ou então:

"Não Votes PS.
Quem não sabe de toldos
o voto não merece"


Nós indagámos o Mestre: mas estes desenhos que nos dá para entregar no blog, não têm toldo!

O toldo que o ponham eles, respondeu O Mestre.

Nota: não publicamos aqui os desenhos pq são muitos.

Na hipótese última acham que o toldo será para:
"Provavelmente o toldo servirá para dar apoio à instalação dum sistema refrigerado para acondicionamento dos alimentos, assim como a existência de água corrente para lavar (pelo menos) as mãos, assim como...
Bem, tudo aquilo que é fundamental para proteger a saúde pública, defender o consumidor e dignificar a actividade de todas as pessoas que ali trabalham."


Ora bem, aqui é que se começa a perceber que O Alcacer do Sol terá alguma ideia de como deveria, na sua opinião, aquele local ser tratado pela Câmara. Instalação de sistema refrigerado, água corrente para lavar mãos, pés e mais e assim como….

Assim como o quê? Não dizem o que seria o como… Porque não dizem? Terão medo à ASAE?

E como estamos no toldo não queremos deixar de dar alguma opinião. A cor verde, igual ao vizinho toldo dos táxis talvez tivesse sido melhor opção.

E ao colega blog Alcácer do Sol gostaríamos de dizer que toldos e buracos também têm interesse, mas que há muita coisa mais importante em que nos deveremos concentrar.
Chamamos o Blog Alcacer do Sol para vir para um debate político de 1ª divisão, onde tratemos o que é relevante para o concelho e que abandonem essa fixação no "bota abaixo", contra tudo o que a Câmara faz.
Alcácer precisa de mais e melhor!

28/04/08

Faleceu João Bico

Foi a sepultar, hoje pela manhã, o Sr. João Augusto Dimas Correia Bico,
que era Comandante do Quadro de Honra do Corpo de Bombeiros de Alcácer do Sal.
Faleceu ontem, vítima de doença prolongada.
Foi destacado militante do Partido Socialista em Alcácer do Sal.
O Clube de Política de Alcácer do Sal, presta aqui a sua homenagem a João Bico e apresenta pêsames à família.

25/04/08

O BLOG ALCACER DO SOL TEM NO AR, SONDAGEM TENDENCIOSA


O blog Alcacer do Sol tem no ar, ainda por mais 12 dias, uma sondagem, de todo tendenciosa, que já conta com 95 votantes.

Vejamos como é tendenciosa: o tema em análise é a contratação, pela Câmara, a uma empresa de Lisboa, de de um estudo de enquadramento estratégico, ao custo de 110.000 euros.
A pergunta é a seguinte:
"em sua opinião, ao contratar uma empresa de Lisboa para fazer o estudo de enquadramento estratégico de Alcácer, o executivo camarário demonstrou que:

.não tem ideias válidas
.não sabe planear
.não consegue executar
.é incompetente
.é genial "

1. O blog inseriu, há dias, um longo artigo para explicar o tema em que incide a sondagem e que nos parece suficientemente esclarecedor. Não é por aí, portanto, que vai o nosso reparo.
Aliás, até poderemos estar de acordo, em boa parte, com o Alcácer do Sol quanto a reparos a este estudo.

2. O problema está nas perguntas que são feitas.
Repare o leitor, que das 5 perguntas feitas, 4 são em desfavor da Câmara e apenas uma é a favor. E, mesmo esta não lembraria ao diabo, fazê-la.Pasme-se: "É genial?".
Pois algum votante, em consciência, poderia alguma vez, considerar genial a contratação de um pequeno estudo a um Gabinete de Lisboa? Por isso, pretendeu-se colocar o votante numa posição que,em consciência, nunca poderia votar a favor da Câmara porque não lhe é oferecida nenhuma alternativa motivadora. No entanto a sondagem já leva uma boa % de votantes no "genial", o que não pode representar outra coisa senão, a de que os votantes que queriam votar a favor da Camara, ao aperceberem-se do truque alí expresso, não desistiram e foram pelo genial.

As perguntas teriam de ser do estilo:

.demonstra ideias válidas?
sim
não

.mostra saber planear?
sim
não

.mostra saber executar?
sim
não

(esta pergunta parece-nos decabida porque a encomenda de um estudo apenas revela planeamento e não execução.)

.mostra competência?

sim
não


Não se sabe que conclusão é que O Blog vai tirar, daqui a 12 dias, quando o inquérito terminar.
Admitamos que o genial vence. Nesse caso o acto de encomendar um estudo a um gabinete de Lisboa é, para os alcacerenses afinal, coisa genial. Pasme-se! Lá teria que se concluir que os alcacerenses são uns "deslumbrados" que acham que encomendar um estudo a Lisboa é o "máximo"
Por outro lado, certamente, o blog vai somar as respostas das 4 primeiras perguntas pois elas são do mesmo teor, revelando todas imcompetência da Câmara.

Meus SRS. Isto não é sério. Faça-se crítica à Câmara (com as críticas é que se melhora e não com os elogias) mas seja-se sério na acusação. Não se seja demagógico e se baralhe o eleitorado.
E o proprietário do Blog até sabe fazer melhor. Pois que faça. Alcácer precisa de mais e melhor.
Cuba


Ministros estão a perder fervor revolucionário


Acaba de ser demitido o ministro da Educação de Cuba porque ele perdeu sua "consciência revolucionária", além de atribuir a si, méritos coletivos e abusar de viagens para países estrangeiros, disse o ex-líder Fidel Castro em um texto publicado na quarta-feira na imprensa local.
A substituição de Luis Ignacio Gómez foi anunciada na terça-feira pela imprensa oficial, sem mais explicações.

Fidel Castro, doente e substituído em Fevereiro por seu irmão Raúl, disse num artigo publicado no jornal Granma, publicação do Partido Comunista, que Gomez "tinha perdido a energia e a consciência revolucionária".

Fidel disse ainda, que o ex-ministro viajou ao exterior mais de 70 vezes nos últimos 10 anos, sempre com o pretexto da cooperação internacional de Cuba", escreveu.

Fidel Castro também criticou Gómez por atribuir a si méritos que, segundo o ex-presidente, eram coletivos.

"Por este e outros motivos, não se tem confiança nele; mais claro ainda: confiança nenhuma", acrescentou Fidel.

Gómes estava há quase 18 anos no cargo.

24/04/08

Comemorações do 25 de Abril


Em Alcácer é o fogo de artifício lançado à noite, entre as pontes, que constitui o momento alto das comemorações. É um espectáculo de arte e cor e atrai milhares de pessoas à marginal da cidade.




A Revolução do 25 de Abril de 1974


antecedentes

Na sequência do golpe militar de 28 de Maio de 1926, foi implementado em Portugal um regime autoritário de inspiração fascista. Em 1933 o regime é remodelado, auto-denominando-se Estado Novo e Oliveira Salazar passou a controlar o país, não mais abandonando o poder até 1968, quando este lhe foi retirado por incapacidade, na sequência de uma queda em que sofreu lesões cerebrais. Foi substituído por Marcelo Caetano que dirigiu o país até ser deposto no 25 de Abril de 1974.
Sob o governo do Estado Novo, Portugal foi sempre considerado uma ditadura, quer pela oposição, quer pelos observadores estrangeiros quer mesmo pelos próprios dirigentes do regime. Formalmente, existiam eleições, mas estas foram sempre contestadas pela oposição, que sempre acusaram o governo de fraude eleitoral e de desrespeito pelo dever de imparcialidade.
O Estado Novo possuía uma polícia política, a PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado), uma evolução da ex-PIDE (Polícia de Investigação e Defesa do Estado), mais tarde DGS (Direcção-Geral de Segurança), que perseguia os opositores do regime. De acordo com a visão da história dos ideólogos do regime, o país manteve uma política que considerava a manutenção das provincias ultramarinas, numa altura em que alguns países europeus iniciavam os seus processos de alienação progressiva das suas colónias. Apesar da contestação nos fóruns mundiais, como na ONU, Portugal manteve uma política de força, tendo sido obrigado, a partir do início dos anos 60, a defender militarmente as colónias contra os grupos independentistas em Angola, Guiné e Moçambique.
Economicamente, o regime manteve uma política de condicionamento industrial que resultava no monopólio do mercado português por parte de alguns grupos industriais e financeiros (a acusação de plutocracia é frequente). O país permaneceu pobre até à década de 1960, o que estimulou a emigração. Notou-se, contudo, um desenvolvimento económico a partir desta década.

A Guerra do Ultramar, um dos precedentes para a revolução
O mito do "orgulhosamente sós"

Nos inícios dos anos 1970 o regime autoritário do Estado Novo continuava a pesar sob Portugal. O seu fundador, António Oliveira Salazar, foi destituído em 1968 por incapacidade e veio a falecer em 1970, sendo substituído por Marcelo Caetano na direcção do regime. Qualquer tentativa de reforma política foi impedida pela própria inércia do regime e pelo poder da sua polícia política (PIDE). O regime exilava-se, envelhecido num mundo ocidental em plena efervescência social e intelectual de finais de década de 60, obrigando Portugal a defender pelas forças das armas o Império Português, instalado no imaginário dos ideólogos do regime. Para tal, o país viu-se obrigado a investir grandes esforços numa guerra colonial de pacificação, atitude que contrastava com o resto das potências coloniais que tratavam de assegurar-se da saída do continente africano da forma mais conveniente.
O contexto internacional não era favorável ao regime salazarista/marcelista. Com o auge da Guerra Fria, as nações dos blocos Capitalista e Comunista apoiaram e financiaram as guerrilhas das colónias portuguesas, numa tentativa de as atrair para a influência americana ou soviética. A intransigência do regime e mesmo o desejo de muitos colonos de continuarem sob o domínio português, atrasaram o processo de descolonização por quase 20 anos, no caso de Angola e Moçambique. Ao contrário de outras Potências Coloniais Europeias, Portugal mantinha laços fortes e duradoros com as suas colónias africanas. Para muitos portugueses um Império Colonial era necessário para um poder e influência contínuos. Contrastando com Inglaterra e França, os colonizadores portugueses casaram e constituíram família entre os colonos nativos. Apesar das constantes objecções em forúns nacionais, como a ONU, Portugal manteve as suas colónias como parte integral de Portugal, sentindo-se portanto obrigado a defendê-las militarmente de grupos armados de influência comunista, particularmente após a anexação unilateral e forçada dos inclaves portugueses de Goa, Damão e Diu, em 1961. Em quase todas as colónias portuguesas africanas – Moçambique, Angola, Guiné, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde – surgiram movimentos independentistas, que acabaram por se manifestar sob a forma de guerrilhas armadas. Excepto no caso da Guiné, estas guerrilhas foram facilmente contidas pelas forças portuguesas, apesar dos diversos embargos ao armamento militar fornecido a Portugal. No entanto, os vários conflitos forçaram Salazar e o seu sucessor Caetano a gastar uma maior parte do orçamento de Estado na administração colonial e despesas militares, sendo que cedo Portugal viu-se um pouco isolado do resto do Mundo Após a ascensão de Caetano ao poder, a guerra colonial tornou-se num forte motivo de discussão e num assunto muito focado por parte das forças anti-regime. Muitos estudantes e manifestantes contra a guerra terão sido forçados a abandonar o país para escapar à prisão e tortura. Economicamente, o regime mantinha a sua política de Corporativismo, o que resultou na concentração da economia portuguesa nas mãos de uma elite de industriais. No entanto, a economia crescia fortemente, especialmente após 1950 e Portugal foi mesmo co-fundador da EFTA, OCDE e NATO. A Administração das colónias custava a Portugal um aumento percentual anual no seu orçamento e tal contribuíu para o empobrecimento da Economia Portuguesa, pois o dinheiro era desviado de investimentos infraestruturais na metrópole. Até 1960 o país continuou relativamente frágil em termos económicos, o que estimulou a emigração para países em rápido crescimento e de escassa mão-de-obra da Europa Ocidental, como França ou Alemanha principalmente após a Segunda Guerra Mundial. Para muitos o Governo português estava envelhecido, sem resposta aparente para um mundo em grande mudança cultural e intelectual.
A guerra colonial gerou conflitos entre a sociedade civil e militar, tudo isto ao mesmo tempo que a fraca economia portuguesa gerava uma forte emigração. Em Fevereiro de 1974, Marcelo Caetano é forçado pela velha guarda do regime a destituir o general António Spínola e os seus apoiantes, quando tentava modificar o curso da política colonial portuguesa, que se revelava demasiado dispendiosa para o país. Nesse momento, em que são reveladas as divisões existentes no seio da elite do regime, o MFA, movimento secreto, decide levar adiante um golpe de estado. O movimento nasce secretamente em 1973 da conspiração de alguns oficiais do exército, numa primeira fase unicamente preocupados com questões de carreira militar.

Preparação do Golpe

A primeira reunião clandestina de capitães foi realizada em Bissau, em 21 de Agosto de 1973. Uma nova reunião, em 9 de Setembro de 1973 no Monte Sobral (Alcáçovas) dá origem ao Movimento das Forças Armadas. No dia 5 de Março de 1974 é aprovado o primeiro documento do movimento: "Os Militares, as Forças Armadas e a Nação". Este documento é posto a circular clandestinamente. No dia 14 de Março o governo demite os generais Spínola e Costa Gomes dos cargos de Vice-Chefe e Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, alegadamente, por estes se terem recusado a participar numa cerimónia de apoio ao regime. No entanto, a verdadeira causa da expulsão dos dois Generais foi o facto do primeiro ter escrito, com a cobertura do segundo, um livro, "Portugal e o Futuro", no qual, pela primeira vez uma alta patente advogava a necessidade de uma solução política para as revoltas separatistas nas colónias e não uma solução militar. No dia 24 de Março a última reunião clandestina decide o derrube do regime pela força.


Movimentações militares durante a Revolução



No dia 24 de Abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instalou secretamente o posto de comando do movimento golpista no quartel da Pontinha, em Lisboa.
Às 22h 55m é transmitida a canção "E depois do Adeus", de Paulo de Carvalho, pelos Emissores Associados de Lisboa, emitida por Luís Filipe Costa. Este foi um dos sinais previamente combinados pelos golpistas e que desencadeou a tomada de posições da primeira fase do golpe de estado.
O segundo sinal foi dado às 0h20 m, quando foi transmitida a canção "Grândola Vila Morena", de José Afonso, pelo programa Limite, da Rádio Renascença, que confirmava o golpe e marcava o início das operações. O locutor de serviço nessa emissão foi Leite de Vasconcelos, jornalista e poeta moçambicano.
O golpe militar do dia 25 de Abril teve a colaboração de vários regimentos militares que desenvolveram uma acção concertada.
No Norte, uma força do CICA 1 liderada pelo Tenente-Coronel Carlos Azeredo toma o Quartel-General da Região Militar do Porto. Estas forças são reforçadas por forças vindas de Lamego. Forças do BC9 de Viana do Castelo tomam o Aeroporto de Pedras Rubras. Forças do CIOE tomam a RTP e o RCP no Porto. O regime reagiu, e o ministro da Defesa ordenou a forças sedeadas em Braga para avançarem sobre o Porto, no que não foi obedecido, já que estas já tinham aderido ao golpe.
À Escola Prática de Cavalaria, que partiu de Santarém, coube o papel mais importante: a ocupação do Terreiro do Paço. As forças da Escola Prática de Cavalaria eram comandadas pelo então Capitão Salgueiro Maia. O Terreiro do Paço foi ocupado às primeiras horas da manhã. Salgueiro Maia moveu, mais tarde, parte das suas forças para o Quartel do Carmo onde se encontrava o chefe do governo, Marcello Caetano, que ao final do dia se rendeu, fazendo, contudo, a exigência de entregar o poder ao General António de Spínola, que não fazia parte do MFA, para que o "poder não caísse na rua". Marcello Caetano partiu, depois, para a Madeira, rumo ao exílio no Brasil.
A revolução resultou na morte de 4 pessoas, quando elementos da polícia política (PIDE) dispararam sobre um grupo que se manifestava à porta das suas instalações na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa.


O Cravo

O cravo tornou-se o símbolo da Revolução de Abril de 1974; Com o amanhecer as pessoas começaram a juntar-se nas ruas, solidários com os soldados revoltosos; alguém (existem várias versões, sobre quem terá sido, mas uma delas é que uma florista contratada para levar cravos para a abertura de um hotel, foi vista por um soldado que pôs um cravo na espingarda, e em seguida todos o fizeram), começou a distribuir cravos vermelhos para os soldados, que depressa os colocaram nos canos das espingardas.


Consequências do Golpe Vitorioso


No dia seguinte, forma-se a Junta de Salvação Nacional, constituída por militares de patente elevada, e que procederá a um governo de transição. O essencial do programa do MFA é, amiúde, resumido no programa dos três D: Democratizar, Descolonizar, Desenvolver.
Entre as medidas imediatas da revolução contam-se a extinção da polícia política (PIDE/DGS) e da Censura. Os sindicatos livres e os partidos foram legalizados. No dia seguinte foram libertados os presos políticos, da Prisão de Caxias e de Peniche. Os líderes políticos da oposição no exílio voltaram ao país nos dias seguintes. Passada uma semana, o 1º de Maio foi celebrado legalmente em comicios e manifestações de rua por todo o país, pela primeira vez em muitos anos. Em Lisboa reuniram-se cerca de um milhão de pessoas.


O PREC (Processo Revolucionário em Curso)

Portugal passou por um período conturbado que durou cerca de 2 anos, comummente referido como PREC (Processo Revolucionário Em Curso), marcado pela luta e perseguição politica entre as facções de esquerda e direita. Foram nacionalizadas as grandes empresas. Foram igualmente "saneadas" e muitas vezes forçadas ao exílio personalidades que se identificavam com o Estado Novo ou não partilhavam da mesma visão politica que então se estabelecia para o país.
No Alentejo foram ocupadas, pelas forças comunistas, muitas herdades e até casas dos mais ricos, que haveriam de ser devolvidas anos mais tarde.
No dia 25 de Abril de 1975 realizaram-se as primeiras eleições livres, para a Assembleia Constituinte, que foram ganhas pelo PS. Na sequência dos trabalhos desta assembleia foi elaborada uma nova Constituição, de forte pendor socialista, e estabelecida uma democracia parlamentar de tipo ocidental. A constituição foi aprovada em 1976 pela maioria dos deputados, abstendo-se apenas o CDS.
A guerra colonial acabou e, durante o PREC, as colónias africanas e Timor-Leste tornaram-se independentes.

O 25 de Abril visto 34 anos depois

O 25 de Abril de 1974 continua a dividir a sociedade portuguesa, sobretudo nos estratos mais velhos da população que viveram os acontecimentos, nas facções extremas do espectro político e nas pessoas politicamente mais empenhadas. A análise que se segue refere-se apenas às divisões entre estes estratos sociais.
Existem actualmente dois pontos de vista dominantes na sociedade portuguesa em relação ao 25 de Abril.
Quase todos reconhecem, de uma forma ou de outra, que o 25 de Abril representou um grande salto no desenvolvimento politico-social do país. Mas as pessoas mais à esquerda do espectro político tendem a pensar que o espírito inicial da revolução se perdeu. O PCP lamenta que a revolução não tenha ido mais longe e que muitas das conquistas da revolução foram-se perdendo.
Hoje se questiona a forma como a descolonização foi feita e as nacionalizações revolucionariamente feitas, na sequencia da tentativa de golpe de 11 de Março de 1975 que condicioram sobremaneira (retirando-lhe competitividade) o crescimento de uma economia já então fraca

14/04/08

MASSANO TOMA POSSE HOJE COMO PRESIDENTE DA COMISSÃO POLITICA PS / ALCACER

JOÃO MASSANO QUE VENCEU O ACTO ELEITORAL DO PASSADO DIA 7 DE MARÇO, COM CINCO VOTOS DE VANTAGEM SOBRE A LISTA SUA CONCORRENTE LIDERADA POR JOSÉ CLEMENTE, TOMA HOJE POSSE EM SESSÃO PUBLICA NO SALÃO DA ASSOCIAÇÃO DE SOCORROS MUTUOS ALCACERENSE.
ESTA SESSÃO TERÁ INICIO AS 21 HORAS E É ABERTA AO PUBLICO.
APÓS A TOMADA DE POSSE DA CP, SEGUIR-SE-Á UMA CONFERENCIA SOBRE O MOMENTO POLITICO, EM QUE SERÁ CONFERENCISTA O MINISTRO DOS ASSUNTOS PARLAMENTARES AUGUSTO SANTOS SILVA E QUE CONTA AINDA COM A PRESENÇA DO PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO DISTRITAL DE SETUBAL, VITOR RAMALHO.
O PARTIDO SOCIALISTA CONVIDA TODOS OS ALCACERENSES A ESTAREM PRESENTES.