19/12/08

Novo líder da Distrital de Beja do PSD
quer a “reconquista de Ourique”


O novo líder da distrital de Beja do PSD, José Raul dos Santos, que já foi o edil de Ourique, e agora é deputado, traçou como objectivo para as próximas autárquicas
a manutenção da Câmara de Almodôvar, a reconquista de Ourique e a vitória em Alvito.
José Raul dos Santos,garante que os sociais-democratas vão lutar também para “aumentar a sua votação em Beja e, no mínimo,
manter um vereador no executivo municipal”.
A Câmara de Almodôvar é a única actualmente liderada pelo PSD no distrito de Beja, enquanto o município de Ourique é presidido pelo PS e Alvito por um independente.
José Raul dos Santos foi recentemente, eleito presidente da distrital de Beja do PSD, no início deste mês, num acto eleitoral em que
encabeçou a única lista candidata.
OPINIÃO

QUAL "ESQUERDA" QUAL CARAPUÇA


Por Alberto João Jardim *

O Conceito hegeliano de «direita» prende-se com as filosofias, do próprio
Hegel inclusive, que desenvolvem, aprofundam e ajustam ao tempo, as
tendências conservadoras mais proeminentes numa sociedade.
E o conceito de «esquerda» traduz todas as tendências políticas contrárias
ao conservadorismo político, apenas e só por tal consideradas «progressistas».
Nas Democracias civilizadas, «direita» e «esquerda» foram-se moderando,
ao ponto de cada uma das partes admitir e absorver alguns Valores da outra, de
encontro às tendências que a evolução cultural democrática gerou nas Opiniões
Públicas, estas cada vez mais sofisticadas na procura de equilíbrios político sociais.
O que faz os politólogos falar de «centrão», de certo modo resultante de um
cómodo e passivo emburguesamento social, material e até intelectual.
Daí que, nos léxicos partidários, fossem aparecendo mais as caracterizações
«centro-direita» e «centro-esquerda», reservando «direita» e «esquerda» puras,
para denominar campos já de uma certa radicalização.
É o que, de uma forma geral, hoje se passa na União Europeia, incluso
devido às decisões com preocupação consensual que, umas vezes bem, outras
mal, normalmente são assumidas.
· · ·
Em Portugal, apesar de a I República ter caído em 1926, o processo
democrático nascido do 25 de Abril de 1974, pela sua novidade dados os
cinquenta anos depois, não se revestiu de normalidade quanto a estes conceitos.
Pelo facto de a referencia «direita» ser identificada com a ditadura bem
derrubada, foi apagada da Opinião Pública a existência de «direita» ou «centro direita
» absolutamente democráticos, participantes e intervenientes nos
Governos das Democracias civilizadas.
Omissão informativa que significou distorção. Que a propaganda dominante
no controlo dos meios de comunicação social se encarregou de desenvolver
facciosamente até à exaustão.
Ao ponto de o fascismo estalinista e outros projectos totalitários
semelhantes, terem sido vendidos como «progressistas», enquanto que correntes
politicas bem progressistas em toda a Europa e que a Esta haviam desenvolvido,
eram mentirosamente apodadas de «reaccionárias» ou mesmo de «fascistas»!
Ao que chegou a má-fé!
Aproveitou-se, assim, o estádio cultural obscurantista que a ditadura gerara nas pessoas, em termos de enfiar todas essas balelas vergonhosas!
Mas o problema não se ficou por aqui.
Pior. As eleições para a Assembleia Constituinte, em 1975, donde resulta a Constituição ainda hoje em vigor apesar de algumas revisões ulteriores,
tais eleições decorreram no auge desta desinformação e distorção, com evidentes limitações à liberdade do sufrágio, nomeadamente quanto aos partidos
políticos a que oficiosa – e indevidamente nalguns casos – se caricaturizava de «direita».
O triunfo da ignorância imposta.
O que levanta a questão da legitimidade democrática da actual Constituição, no tocante à sua origem.
Porque, apesar do 25 de Novembro, por «medo» do partido comunista não se realizaram então eleições livres para uma Assembleia Constituinte.
Aprovou-se o que se aprovou, o partido comunista agradeceu, não se referendou democraticamente o novo texto constitucional e neste se estabeleceu
a proibição de os Portugueses, democrática e soberanamente, referendarem qualquer norma da dita Constituição.
As posteriores revisões constitucionais, matéria essencial respeitante à vida de dez milhões de Portugueses, tornaram-se privilégio exclusivo do
entendimento de para aí meia centenas de cidadãos, tantos quantos somarão os directórios nacionais dos dois maiores partidos!
Ficou assim desenhado, implantado e imposto o Sistema político-constitucional que ainda hoje temos, com a agravante da sua dogmatização antidemocrática,
com uma não rigorosa Separação de Poderes, com a democracia representativa marcada pela fragilidade que os poderes de facto existentes
e que não têm legitimidade electiva, efectivamente lhe impõem.
A partir disto, o Sistema está viciado.
Ao ponto de, passados trinta e quatro anos, se continuar a ler e a ouvir as mesmas balelas e mentiras escandalosas, e termos decisores políticos e
partidários que se deixam condicionar por pressões que lhes são descaradamente externas.
Logo, o Sistema estratificou-se, esclerosou-se.
Continua-se a chamar «esquerda» ao que há de mais conservador do próprio Sistema, ao que continua a levar Portugal pelos caminhos mais retrógrados
e ultrapassados. E a exorcizar como «direita», todos os que querem progressivamente fazer as mudanças de fundo, essenciais para os Portugueses
recuperar um futuro melhor!
Que aldrabice e vigarice institucionalizadas! Usando e abusando da passividade e da mortificação conformadamente vividas pela Nação portuguesa
e pelas Instituições que fizeram Portugal. Doenças congénitas, ao que parece, desde os últimos tempos da II Dinastia.
Os actuais partidos políticos, porque conformados e comodamente identificados com o Sistema, são bem todos eles «a direita», até porque condicionados
por forças situacionistas que lhes são exteriores.
«Esquerda»?...Só quem pretenda mudar «isto». Alterar o que está. –

(*) Jurista, Presidente do PSD/Madeira e Presidente do Governo Regional
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