21/04/09

O Bloco de Esquerda e a Europa

Por Ondina Margo

As eleições europeias são ignoradas pela maioria dos eleitores e, mesmo pelos analistas (que têm outras responsabilidades), são desvirtuadas quando vistas como um teste à popularidade do governo em funções, ou um sinal de aviso às suas políticas.

U. E. Prosperidade Inegualável

Porém, e apesar de generalizada, a indiferença com que são olhadas não deixa de ser estranha; uma vez que a União Europeia, enquanto projecto político, é responsável por um período de paz, desenvolvimento social e prosperidade económica ímpares na história deste continente, de que Portugal muito tem beneficiado.
Ao mesmo tempo há um outro olhar não menos preocupante. Muitos portugueses tendem a considerar Bruxelas como uma galinha dos ovos de ouro, um par de bolsos sem fundo constantemente a largar milhões e que, por isso, temos que aturar quando decide proibir as colheres de pau ou interfere na confecção de enchidos. Ou seja, à indiferença deve-se acrescentar uma certa condescendência. Sentimentos que talvez ajudem a explicar a elevada taxa de abstenção nas eleições, normalmente desvalorizada e de implicações inquietantes.

Mergulhada numa Crise Institucional

Ignorar hoje essas implicações é muito difícil. A Europa está mergulhada numa crise institucional ainda longe de ser resolvida, depois do não ao tratado de Lisboa pelos irlandeses. Torna-se por isso urgente compreender e ultrapassar os obstáculos que dificultam as relações entre os centros de decisão e os cidadãos, e é indispensável que os processos que ligam os primeiros aos segundos sejam mais transparentes, para que se aprofunde a integração europeia. Mas, para o conseguir, deve evitar-se encontrar bodes expiatórios e soluções populistas.

O bode expiatório do B E

Ora, para o Bloco de Esquerda há um bode expiatório: os políticos. São eles os responsáveis pela indiferença e condescendência dos cidadãos em relação às instituições sediadas em Bruxelas. Instituições que o bloco insinua, sem fundamentar, serem opacas nos desígnios e democraticamente deficitárias. Por culpa, claro: dos políticos. A solução: o próprio bloco de esquerda. Por quê? Porque, estranhamente, os seus dirigentes não se consideram políticos. E o que têm eles para oferecer? Um discurso de acusações que gera desconfiança, e acabará em hostilidade, quando, neste momento, mais do que nunca, é importante oferecer alternativas, soluções e esperança. O projecto europeu é demasiado importante para viver ao sabor de estratégias eleitorais de curto prazo. E a indiferença e a condescendência, que tanto nos prejudicam, não precisam que se lhes acrescente desconfiança e, o que seria ainda mais grave, hostilidade.
Seguro fala sobre Ética e Valores na Política

O deputado António José Seguro foi a Vila Real de Santo António, a convite da Concelhia do PS, falar sobre “Ética e Valores na Política”, no âmbito de um conjunto de iniciativas que aquela estrutura local socialista tem vindo a promover.Numa sala cheia de militantes e de simpatizantes, Seguro começou por considerar que a integridade “é um requisito fundamental para o exercício da acção política”, sem a qual, disse ainda, “não é possível interagir com os cidadãos de forma credível”.Para António José Seguro, a cultura do respeito pela diversidade de ideias entre membros da mesma organização ou de sectores distintos da sociedade, “é outro elemento fundamental para quem se envolve na actividade política”, sendo que as divergências, como defendeu na sua intervenção, “são normais em democracia” e devem ser aceites com tal.Contudo, as eventuais divergências não devem impedir “que se procure convergir em questões fundamentais”, porque os interesses colectivos “devem ser colocados sempre acima dos desígnios particulares”.Outro dos pontos que para o deputado socialista assume um carácter determinante respeita ao facto de que na sua opinião os detentores de cargos públicos “não podem nem devem impor o seu pensamento aos outros”, uma vez que as opiniões contrárias, sublinhou ainda, devem merecer o mesmo grau de credibilidade e por isso serem objecto da mesma análise e de igual atenção.O casamento homossexual foi outro dos temas abordados pelo deputado António José Seguro tendo defendido, em relação a esta matéria, a liberdade de voto dos deputados do PS.A regra actual, lembrou, é a disciplina de voto, quando na sua opinião a norma deveria ser antes a liberdade de voto, excepto, como também defendeu, “em relação aos pontos que fazem parte do programa eleitoral do Partido Socialista e nas questões de governabilidade”.Fazendo uma comparação com as famílias, Seguro disse que em todas elas existem pessoas com perspectivas diferentes e análises diversas sobre o mesmo assunto, cenário que se repete em inúmeras ocasiões nos partidos políticos. Este facto é, na sua opinião, perfeitamente justificável para que a liberdade de voto fosse aplicada o que levaria, na sua leitura, inevitavelmente a que “o parlamento fosse mais plural e mais representativo da sociedade portuguesa.Nesta linha de raciocínio, António José Seguro, voltou a defender “um Parlamento mais de deputados e cada vez menos de partidos”, o que deverá traduzir-se, como disse, “num espaço onde todos possam expressar livremente as suas opiniões”.
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Sábado, 4 de Abril de 2009
Seguro fala sobre Ética e Valores na Política

O deputado António José Seguro foi a Vila Real de Santo António, a convite da Concelhia do PS, falar sobre “Ética e Valores na Política”, no âmbito de um conjunto de iniciativas que aquela estrutura local socialista tem vindo a promover.Numa sala cheia de militantes e de simpatizantes, Seguro começou por considerar que a integridade “é um requisito fundamental para o exercício da acção política”, sem a qual, disse ainda, “não é possível interagir com os cidadãos de forma credível”.Para António José Seguro, a cultura do respeito pela diversidade de ideias entre membros da mesma organização ou de sectores distintos da sociedade, “é outro elemento fundamental para quem se envolve na actividade política”, sendo que as divergências, como defendeu na sua intervenção, “são normais em democracia” e devem ser aceites com tal.Contudo, as eventuais divergências não devem impedir “que se procure convergir em questões fundamentais”, porque os interesses colectivos “devem ser colocados sempre acima dos desígnios particulares”.Outro dos pontos que para o deputado socialista assume um carácter determinante respeita ao facto de que na sua opinião os detentores de cargos públicos “não podem nem devem impor o seu pensamento aos outros”, uma vez que as opiniões contrárias, sublinhou ainda, devem merecer o mesmo grau de credibilidade e por isso serem objecto da mesma análise e de igual atenção.O casamento homossexual foi outro dos temas abordados pelo deputado António José Seguro tendo defendido, em relação a esta matéria, a liberdade de voto dos deputados do PS.A regra actual, lembrou, é a disciplina de voto, quando na sua opinião a norma deveria ser antes a liberdade de voto, excepto, como também defendeu, “em relação aos pontos que fazem parte do programa eleitoral do Partido Socialista e nas questões de governabilidade”.Fazendo uma comparação com as famílias, Seguro disse que em todas elas existem pessoas com perspectivas diferentes e análises diversas sobre o mesmo assunto, cenário que se repete em inúmeras ocasiões nos partidos políticos. Este facto é, na sua opinião, perfeitamente justificável para que a liberdade de voto fosse aplicada o que levaria, na sua leitura, inevitavelmente a que “o parlamento fosse mais plural e mais representativo da sociedade portuguesa.Nesta linha de raciocínio, António José Seguro, voltou a defender “um Parlamento mais de deputados e cada vez menos de partidos”, o que deverá traduzir-se, como disse, “num espaço onde todos possam expressar livremente as suas opiniões”.