09/10/08

Artigo de opinião







Por Joel Hasse Ferreira
eurodeputado


O PSD de Ferreira Leite


1) Interrogava-me há algumas semanas: “Será que a imagem de figura do Estado de Ferreira Leite e o seu perfil conservador lhe alargarão a base eleitoral? E para que lado?” Uma resposta parcial poderá começar a ser lida, tendo em conta a crise dos populares, nomeadamente no distrito de Setúbal e até os recentes comentários do professor Narana Coissoró. Quem será o melhor líder para um eleitor conservador, em termos de conteúdo das propostas e de estilo político: Paulo Portas ou a nova líder do PSD? Aparentemente, a ligeira inflexão nas sondagens poderá também corresponder ao retorno de sectores de eleitores habituais do PSD que não se reconheciam na anterior liderança do partido que costumavam apoiar.

2) A querela sobre a eventual privatização da Caixa Geral de Depósitos tende a baralhar ou até a envenenar o debate público interno do PSD. As últimas declarações de António Borges sobre o assunto ilustram bem as divergências internas ao partido “laranja”, o que envolve uma diferente compreensão do papel da Caixa Geral dos Depósitos no sistema financeiro português.
Mas alguns destes comentadores-dirigentes deveriam proceder a uma análise mais profunda do conjunto do sistema económico e financeiro português, em vez de procederem quase exclusivamente à defesa de propostas baseadas em lugares comuns e em preconceitos ideológicos ou à cópia quase mecânica de soluções aplicadas em outros países, com diferentes características e com resultados diversos. Da aplicação de soluções baseadas essencialmente em desadequados preconceitos ideológicos nada viria de bom para a população portuguesa, nem necessariamente para o próprio sistema financeiro e muito menos para o tecido económico português.

3) Mas as dificuldades de Manuela Ferreira Leite poderão não ficar por aqui. Ângelo Correia procura marcar terreno e vai ao Pontal, que já não o é, “para não deixar o partido no vazio criado pela actual direcção”. Os liberais do PSD não darão tréguas, enquanto os populistas, hegemónicos no grupo parlamentar, estão à espreita de uma nova oportunidade.

4) Entretanto, Marina Costa Lobo introduz uma outra perspectiva relativamente à “estratégia do novo PSD”, relembrando que “Ferreira Leite não é propriamente uma virgem no que diz respeito à direcção política do país que se possa apresentar ás eleições de 2009 como uma alternativa solidamente competente” .

5 ) Apesar de todos os comentários publicados, alguns de grande nível e acuidade como os de Mário Soares( “Uma intervenção inoportuna”/DN.5.8.08) e de Pedro Adão e Silva, haverá ainda um ponto a esclarecer, quanto à comunicação do Presidente Aníbal Cavaco Silva, relativamente à sua actuação no que respeita às Regiões Autónomas. O aconselhamento dado ao Presidente relativamente à dissolução da Assembleia Legislativa Regional da Madeira em 2007 que peso terá tido nessa decisão que teve como efeito principal ajudar a guerra de Alberto João Jardim contra o Governo da República e criar-lhe as melhores condições para uma demagógica campanha, condições essas ainda mais favoráveis que as habituais? Ou seja, o problema é mais de aconselhamento ou de maior ou menor justeza e oportunidade da decisão?

6) Queixam-se alguns influentes eleitores americanos e determinados comentadores europeus de certa ambiguidade de Barack Obama, em vários planos da política externa e interna. Não teriam reparado nisso antes, obcecados possivelmente com o objectivo de liquidarem politicamente Hilary Clinton e impedirem a concretização futura das reformas que ela preconizava com bastante clareza e que estão na linha das que foram bloqueadas durante seis anos pela maioria republicana– conservadora no Congresso, a qual precedeu a própria Administração de George W. Bush. Barack Hussein Obama, sendo eleito Presidente, procurará levar a cabo uma parte delas, certamente na Saúde, provavelmente na Segurança Social, possivelmente na Educação, seguramente com o apoio e o envolvimento directo de Hillary Clinton e da maioria democrática, que pretende reforçar no Congresso e na Câmara dos Representantes. E o estilo de Obama leva a crer que o essencial será negociado no Congresso, para além de debatido com a opinião pública e os diversos interesses em presença, nos vários sectores considerados.

Joel Hasse Ferreira
Por Mariana Caixeirinho


Algumas acções de campanha para o departamento das mulheres socialistas do distrito de Setúbal.

Para quem não saiba a Catarina Marcelino é a presidente deste departamento do partido socialista em Setúbal. Agrada-me particularmente, a Catarina por ser uma pessoa:
- despretenciosa na relação com os outros, apesar de ocupar um cargo de adjunta do Secretário de Estado Pedro Marques, é uma pessoa de trato simples.
- lutadora dos direitos das mulheres sem ser feminista, mas sim congregadora de vontades, de forma a tornar mais justa a sociedade onde vivemos, sem sectarismos que por vezes atrapalham a solução dos problemas
- que "arregaça" as mangas para o trabalho formando equipas e descentralizando sem deixar de estar no terreno e informada sobre os assuntos
- desde que está no Departamento tem feito acções, no sentido de informar e formar as pessoas,mulheres e homens, desenvolvendo acções de formação e colóquios descentralizados nos vários pontos dos concelhos do Distrito revelando assim o respeito por todos os militantes.
- que desenvolveu no Distrito de Setubal acções de Campanha pelo "sim ao aborto", sendo o nosso Distrito o que atingiu maiores indices de votação pelo SIM e com menos taxa de abstenção
Por tudo isto e por ser uma pessoa atenciosa, dinâmica e honesta, penso que merece todo o nosso apoio.

Vamos votar Catarina Marcelino no final de Outubro nas nossas secções e apoiá-la nas suas acções de campanha que vou informando através de emails ou sms

para além das acções que a Federação me enviou, desde já ficam convidados para a apresentação da canditatura da Catarina, aqui em Alcácer na Sede da Junta de Freguesia de Santiago, terça feira, dia 14, pelas 21h.

Aparacece. Sê participativo

saudações socialistas
Por Fernando Santos


Essa de compararem Sócrates a Fernão Magalhães, Diogo Cão e Torga é demais!!!

E esse artigo de Hasse Ferreira contra Manuela Ferreira Leite, pois que se fique a saber, que Ferreira Leite é uma política como faltam em Portugal. Com credibilidade, seriedade, que não alinha na política espectáculo que abunda, basta ver que recusou a palhaçada da Madeira e do Pontal.

E se Ferreira Leite não servir ,
já temos o Paços Coelho pra substituir.

Cordiais cumprimentos



Resposta do CPAS


Caro Fernando Santos

Obrigado pela sua opinião.

No nosso texto publicado no passado dia 3, sobre os computadores portugueses "Magalhães", não comparamos Sócrates a Fernão Magalhães, Diogo Cão e Torga. O caro leitor é que está a sugeri-lo. De facto Sócrates está, na nossa opinião, a ser um grande Primeiro Ministro e poderá ficar na História como um grande Primeiro Ministro. Magalhães e Diogo Cão foram grandes navegadores e Torga grande poeta. Nós apenas dissemos que todos eram da mesma terra natal -Vila Real - e Paços Coelho, que o leitor espera para breve, também é da mesma cidade. Ele é, até, o actual Presidente da Assembleia Municipal desse concelho. E dirige a Assembleia Municipal com muita competência e acerto. Intervém pouco e fala o mínimo, como deve fazer quem dirige uma Assembleia, não roubando tempo, para proporcionar aos deputados municipais, que exerçam, amplamente, o seu direito e dever de intervenção.
Mas a terra aonde nascemos não interessa nada. A nossa terra é aonde gostamos de viver e ganhamos a vida. Como disse o Presidente da Câmara de Alcácer, na última Assembleia Municipal, no passado dia 26 de Setembro, "sou mais alcacerense que os alcacerenses, porque fui eu que escolhi viver cá e não os meus pais"

Quanto à imagem de credibilidade e seriedade de Manuela Ferreira Leite, também nós partilhamos essa opinião. Contudo, achamos que lhe falta carisma, chama, alma e projecto alternativo para poder bater Sócrates. Por isso, vaticinamos que o próximo mandato vai ser de Sócrates. Mas gostaríamos que o PSD fosse uma oposição mais forte e séria, pois a competitividade é a palavra de ordem dos nossos dias. Talvez o seu Passos Coelho o possa fazer, mas não será ele demasiado "elegante" para o gosto do PSD?

P.S. já temos outro artigo de Hasse Fereira sobre Ferreira Leite, para publicação.

Cordiais cumprimentos