13/07/09

União Europeia devia ter feito mais, melhor e mais cedo

A Deputada Elisa Ferreira questionou esta semana, na sessão plenária, em Estrasburgo, a Comissão Europeia e o seu Presidente, sobre o papel da Comissão na resolução da crise.

Elisa Ferreira afirma que "em cada crise há uma oportunidade, e esta é a oportunidade da Comissão e da Europa de responder aos verdadeiros problemas dos cidadãos europeus". Elisa Ferreira, relatora pelo Parlamento Europeu do relatório sobre o plano de relançamento económico, desde sempre defendeu que as medidas de recuperação económica apresentadas pela Comissão não eram suficientes.

Face à actual conjuntura económica, Elisa Ferreira pede ao Presidente da Comissão que "responda aos verdadeiros problemas europeus, não através de meios dispersos mas concentrando-se no verdadeiro desafio que é o emprego". Na sessão plenária, no debate sobre a Directiva Europeia que regulamenta os Requisitos de Capital dos bancos, Elisa Ferreira defendeu que "o mundo e a União Europeia deviam ter feito mais, melhor e mais cedo no que respeita à regulação dos mercados financeiros, sendo lamentável que a reacção da Comissão tenha sido mais lenta, parcial e ligeira do que a situação exigia e exige".

Na opinião de Elisa Ferreira, a aprovação da Directiva sobre os Requisitos de Capital é um passo na direcção certa e um sinal claro às instituições e mercados financeiros de que fazer "business as usual" acabou. Esta Directiva permitirá introduzir regras claras, mas muito trabalho terá ainda que ser feito durante a sua revisão próxima, nomeadamente no que diz respeito ao valor de retenção para efeitos de securitização.

Elisa Ferreira é, no entanto, de opinião que "o Parlamento Europeu deverá aprovar esta Directiva transmitindo uma mensagem clara aos cidadãos europeus de que as coisas estão a mudar e vão continuar a mudar e que nos preocupamos sobretudo com eles".

Com o PSD Portugal Pararia

Se pensam que podem ganhar uns votos não hesitam em recuar, comprometendo assim o desen­volvi­mento na nossa região, que tem potencialidades para se transformar numa grande plataforma logística e de desenvolvi­mento acrescentado de Portugal

Hoje mais que uma inquietação quero lançar um desafio a todos.

Imaginem o que seria do nosso país se este PSD, de Manuela Ferreira Leite, Miguel Relvas e Vasco Cunha, decidisse o destino de Portugal e da região.

O que seria hoje da Segurança Social – garantia de todas as prestações sociais dos mais necessitados da sociedade e das justas reformas das gerações mais velhas. Conseguiram em 2004 levar a sua sustentabilidade ao risco máximo de ruptura, com a crise financeira mundial e com o colapso dos fundos de investimento de risco. Como estaríamos hoje?

O que seria do Serviço Nacional de Saúde e da escola pública se o estado fosse desmantelado em seis meses como propunham?

Imaginem se este PSD decidisse ontem como quer decidir hoje. O que seria da nossa região? Ponte Salgueiro Maia, Ponte das Lezírias, A13, CIRVER’S, AQUAPOLIS em Abrantes, recuperações de ponte em Santarém, Chamusca e Coruche, Nó de acesso A1 no Cartaxo, IC3 variante de Tomar, Centro de Saúde São Domingos, de memória cito apenas poucos exemplos dos investimentos públicos na nossa região. Conseguem imaginar o que seria da nossa região sem estes investimentos?

De uma forma demagógica hoje dão-se cambalhotas atrás inacreditáveis. Se pensam que podem ganhar uns votos não hesitam em recuar, comprometendo assim o desenvolvimento na nossa região, que tem potencialidades para se transformar numa grande plataforma logística e de desenvolvimento acrescentado de Portugal, com condições até para condicionar os movimentos transatlânticos entre a Europa e as américas.

Digam lá então o que não tinham feito, e digam lá o que não fariam agora.

O Novo Aeroporto de Lisboa, que com a sua dinâmica elevará os padrões de desenvolvimento pelo menos dos concelhos de Benavente, Salvaterra de Magos, Coruche, Almeirim, Cartaxo e Santarém.

A alta velocidade, que em “L” ligará a Galiza ao Porto, o Porto a Lisboa e Lisboa a Madrid (que é como quem diz ao resto da Europa), atravessando a nossa região a Oeste e a Sul, criando assim o interface entre o transporte aéreo e a ferrovia.

O IC3 de Almeirim ao Entroncamento, com uma nova travessia do Tejo na Chamusca, descongestionando assim as travessias de Almeirim, Alpiarça, Chamusca e Golegã, ligando a A13 à A23 permitindo os movimentos de Sudoeste para Nordeste (lembro apenas que em Sines está um dos portos que pode captar muitos dos movimentos transatlânticos), e que retira também da N118 os milhares e milhares de movimentos de cargas pesadas e perigosas de lixos para os CIRVER na Chamusca.

Ou será que não querem que se façam:

As modernizações do Parque Escolar, em Benavente, Salvaterra de Magos, Abrantes, Ourém, Tomar - investimentos de milhões e milhões de euros na qualificação de infra-estruturas que prepararão melhor as novas gerações para o futuro.

O quartel dos bombeiros de Samora Correia, o Posto Médico dos Foros de Salvaterra, o Serviço de Urgência Básica em Coruche, a nova Esquadra da PSP no Cartaxo, o Estabelecimento Prisional de Lisboa e Vale do Tejo em Almeirim, ou que não se invista mais 8 milhões de euros em equipamentos sociais (creches, centros de dia e lares).

Conseguem imaginar o desenvolvimento da região sem estes projectos (que citei de memória)?

Com o actual PSD nada disto estaria feito ou sequer projectado.

Portugal, e a nossa região, estão fartos das cambalhotas de um partido que pretende afirmar-se como alternativa. Estes vão ser temas de campanha eleitoral aos quais não vou fugir, desafio todos a fazer o mesmo.

Imaginem só o que seria da nossa região.



(Alguns dos projectos citados, foram lançados e inaugurados por governos do PSD, mas isso era na altura em que pensavam o desenvolvimento da região

Eleições Europeias Provocam Mudanças na União.

Por Joel Hasse Ferreira

1. Os resultados das eleições europeias evidenciam mudanças globais no quadro da União.

Os verdes subiram significativamente, tal como as extremas-direitas, por razões diferentes e parcialmente opostas. Os verdes apresentaram, no contexto europeu, uma certa convergência estratégica e um suave posicionamento num centro-esquerda, ambientalista e social, efectivamente liderados pelo habilidoso Daniel Cohn Bendit, o qual não perdeu ainda a verve que fez dele Dany le Rouge, no gaulês Maio de 68. Em França, aliás, os verdes subiram a terceiro partido, aproximando-se do PS e ultrapassando os liberais de Bayrou. No plano europeu, os verdes aproximaram-se numericamente dos liberais - democratas.

2. À esquerda do PS, em Portugal, houve um claro acréscimo do apoio eleitoral, tendo o peso dos partidos considerados à esquerda do PS aumentado de 3 para 5 eurodeputados. A permeabilidade entre o eleitorado do Bloco e segmentos de eleitores socialistas evidenciou-se como significativa, confirmando o que nos últimos tempos se vinha observando nalguns distritos, estratos etários e sectores sociais. Uma mensagem muito pouco ideológica facilitou a transferência para o Bloco de votos oriundos da esquerda democrática, europeísta e modernizadora. Aliás, o próprio BE traçou uma visão quase idilicamente europeísta das suas posições, com alguns aspectos críticos, assumindo-se contra Barroso e o liberalismo. A subida eleitoral do Bloco contrasta aliás com a redução de eurodeputados do seu grupo europeu, no qual coabitam com o PCP. Esse Grupo sofreu uma redução global nos outros países da União proporcionalmente superior à diminuição de deputados nos hemiciclos de Estrasburgo e Bruxelas.

3. Verificou-se assim um certo recuo do grupo unitário de Esquerdas/Esquerda Verde Nórdica, o qual elegeu apenas 33 deputados entre os quais cinco portugueses, comparados com os 38 eleitos em 2004. A influência deste grupo passará a ser ainda menor do que já era. Isto sem prejuízo da capacidade de intervenção que se espera dos novos deputados do Bloco, desta vez no próprio plano legislativo.

4. Novos desafios se apresentaram aos socialistas europeus, a partir do Congresso do Porto de 2006, no qual participaram individualidades como Howard Dean, líder do Partido Democrático norte - americano, então na sua preparação para a vitória presidencial de 2008 e José Maria Neves, primeiro-ministro de Cabo Verde. O programa e o manifesto socialista para as eleições europeias foram preparados de uma forma extremamente aberta, com sessões públicas nos diferentes Estados membros da União. Aparentemente, era quase perfeito para os objectivos traçados. Mas o PSE veio a perder dezenas de deputados face ao grupo Parlamentar que ora termina o seu mandato

5. A crise do socialismo democrático europeu tem que ser vista, tendo em conta os resultados recentes das eleições europeias. E tem de se ter em conta também que o Partido Popular Europeu, em cujo grupo se integrarão PSD e CDS, perdeu deputados, numa proporção próxima da redução do número total de lugares no novo Parlamento Europeu. E poderão perder ainda mais, com a provável cisão liderada pelos conservadores britânicos.

6. Curiosamente, a grande progressão verificou-se à direita do Partido Popular Europeu. Para além de se manter a União da Europa das Nações, no grupo Independência e Democracia a componente britânica, o Partido da Independência do Reino Unido, passou a segunda força nas eleições britânicas, relegando não só os trabalhistas mas também os liberais para posições claramente subalternas. Entretanto, cresceu significativamente o número de deputados extremistas de direita no Parlamento Europeu.

7. Os efeitos políticos na Europa da União vão ser relevantes já no futuro próximo. O Parlamento Europeu, globalmente está mais à direita, com as inerentes consequências no plano das deliberações políticas, das resoluções sociais, das medidas para debelar a crise e para criar uma regulação financeira eficaz.


Joel Hasse Ferreira, Eurodeputado pelo PS

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