19/04/10

Eleição no PS-Federação Aprova Resultados

O Secretariado da Federação, reunido em 12 de Abril de 2010, pelas 21h30, procedeu à avaliação dos processos eleitorais para as Comissões Políticas Concelhias , e deliberou, por unanimidade, estarem conforme, os processos abaixo indicados, sendo que , a partir da data de publicitação da presente acta, nos termos regulamentares, devem entrar em funções as respectivas estruturas :

CPC Alcácer Sal


Lista A – 10 Mandatos; Lista B – 11 Mandatos
Presidente CPC: João José Ferreira Mendes Massano

Secção Residência de Álcacer do Sal
– Lista B Coordenador Secção: Nuno A Paulo Martins
Presidente Mesa Assembleia Geral M: Luís Visinho Nunes



Secção Residência de Torrão –
Lista A Coordenador Secção: Hélder Manuel Montinho
Presidente Mesa Assembleia Geral M: Duarte Lynce Faria

Farto do mal dizer

Por Carlos Martins

Deixei, há semanas de comprar jornais. Farto do mal dizer e do diz que diz em que todos sem excepção não deixam de entrar. Muita hipocrisia, tanta superficialidade, muito ritmo de telenovela e tanta falta de se ir ao fundamental. Não gosto do modo como se pratica, hoje, a política, incluindo a própria prestação do PS (demasiada agressividade, enredamento com uma comunicação social genericamente muito, muito fraca, pouco distanciamento da mediocridade, incapacidade de elevar as discussões, saindo delas para outros patamares que a prática da cidadania merece) mas, também não acho que se esteja muito diferente passados cinco anos. Mas, não reconheço às oposições de direita ou conservadoras de esquerda qualquer tipo de qualidade ou capacidade de criar alternativas que contribuam para mudar o sistema de elogio da mediocridade em que vivemos ou para melhorar a qualidade da vida, apenas sobrevivem esgrimindo sobre o mal e o utilizando os piores dotes que a natureza humana nos forneceu – que estranha forma de vida têm.

Agora tudo isto não me obriga aqueles autos de fé, tipo “ temos de estar todos unidos contra os ataques do inimigo” ou “vamos em frente, aprovar o orçamento e o PEC” e as grandes questões virão a seguir, depois?... Ou então “estamos com José Sócrates, mas somos do contra, contra quê? Dizem ser preciso mais PS, mais motivação, mas para quê e para onde?

Então e vamos bem? Não, e vem o argumento verdadeiro de que os problemas são globais, o sistema financeiro está difícil e nós não o controlamos e a economia não descola e se ela não arranca, não há riqueza e não havendo…não está fácil. Entretanto, temos coisas para fazer que vão ajudar a mudar, são as questões ditas de fronteira, combates contra desigualdades contra violências individuais ou de género, são aspectos importantes, mas sobra o desemprego, as dificuldades das famílias e dos jovens, a falta de mercados para os nossos produtos ou a falta de produtos para colocar nos mercados, a desregulação, a incoerência, a falta de separação entre negócios, política, opinião nos órgãos de comunicação social…Tanta violência, desigualdade, injustiça percorre os dias que passam e nós correndo sem saber bem para onde, porquê, para quê.

Mas, não há nada fazer? Há e muito, mas diferente. Nós, Socialistas estamos no Governo temos de gerir os vários sistemas que a sociedade e os cidadão, que através do mandato do voto, nos disseram para governar com a nossa marca, qual? A do Socialismo Democrático, com preocupações de equidade social, de reforma e evolução permanentes, de modo solidário com as pessoas e para as pessoas.

A discussão ou a conversa que deve interessar é como estamos a governar, os práticas menos boas que utilizamos e como as devemos evitar, o que fazemos de bem e como melhorar mais. Devemos estar preocupados com o tempo que perdemos em perceber e aceitar que há um problema, pensar como resolvê-lo e ter mesmo a solução e trabalhar para a conquistar – perdemos demasiado tempo, e tanto se tem de fazer e rapidamente para crescermos. Estamos a governar não aceitando que há problemas sérios, logo encontram-se soluções “pequenas”, soluções que não mudam até ao osso, continuamos a pensar que se resolvem problemas com “envelopes financeiros” ou com medidas que não avaliamos em profundidade. É necessário governar com medidas e investimentos, mas não é suficiente, há que ser muito mais rigoroso na percepção do valor que se acrescenta e prestar contas, sobre o que corre bem e não ter vergonha de corrigir o que corre mal.

Onde precisamos de actuar ou temos capacidade de mudar para uma sociedade mais justa, livre e democrática?

E decorrem os anos e as evidências perpetuam-se, as empresas públicas, a PT, a Carris, o Metro, a CP, a REFER, a TAP ou a ANA comportam-se de modo semelhante? As entidades reguladoras da Saúde, das Comunicações ou da Comunicação Social, que resultados? Na Fundação INATEL, no IEFP, na ASAE, na AMA, nos Hospitais, na Segurança Social, nas Finanças ou nas Polícias, nos Tribunais e na Educação ou nos Organismos das Igualdades? Como funcionam, como são os desempenhos, que contas são prestadas, em objectivos alcançados, em investimentos que se reproduzem, em avaliações do desempenho? Como é avaliada a prestação pública dos modelos implementados pelo PS? Tudo corre bem? Qual a marca que o PS deixa nas organizações e nas pessoas?

E sobre os Projectos, como estamos? Negociada a avaliação dos professores, como está a avaliação dos alunos e das escolas? Como se cotejam com a minha avaliação e de tantos outros trabalhadores? Já há Inglês em todo o 1º Ciclo? E a Escola a tempo inteiro é um adquirido? E as aulas de substituição funcionam e a utilização do Magalhães está a tornar-nos mais fortes tecnologicamente? E as Novas Oportunidades têm-nos ajudado e contribuem para termos esperança? A Empresa Parque Escolar é um sucesso ou estão a instalar-se dúvidas que implicam correcção de rotas? Ou acerca de tantas medidas e projectos esperamos que estoirem dúvidas e insinuações para depois se reagir? Ora governar é constantemente zelar pelos andamentos nestes caminhos, é por aqui que deixamos marcas, crescemos, tornamo-nos mais competitivos, contribuímos para sair para níveis superiores de organização e de nível de vida. É que a economia ou as finanças dependem de nós, mas no mundo de hoje a influência de outros e do exterior é decisiva, logo o nosso contributo é limitado, há factores que não controlamos. Ora, será pelas pequenas transformações, com atitudes e comportamentos individuais e colectivos novos, que ganharemos um País diferente, de combate, de vitórias com todos.

Há ou não PS em tudo isto? Existe uma marca Socialista no fazer, na governação, na qualidade dos objectivos e nos processos de os conseguir? Trabalhamos com as pessoas e para as pessoas? A sociedade reconhece onde está a diferença e vê-nos como exemplo e percebe que pelo Socialismo e com os Socialistas há mais rigor, transparência, trabalho, equidade, liberdade e Democracia?

Recuso-me a aceitar o cinzentismo deste Inverno devastador longo, frio, tão enevoado, acredito que há esperança, que há futuro.

Claro que não estão em causa pessoas, carácteres, modos de ser, ou apenas e só isso, estão em causa modelos, formas de actuação, envolvimento, lutas por causas, alcançar com os outros transformações de mentalidades e de processos de actuar. Isto sim é nosso e nada nem ninguém poderá influenciar as possibilidades desta mudança – depende apenas de nós. Fazer bem mais e melhor está ao nosso alcance e o PS tem de marcar a vida colectiva em quê e com que diferenças?

Passa por nós e pelo PS ultrapassar este “situacionismo”, este “ficcionismo”, este faz de conta que se anda, mas nada se move, ou demora demasiado tempo a mover-se, o PS tem de ser diferente. Onde o PS sempre se engrandeceu foi na luta contra a norma, a regra, a situação, pelo sonho de ir mais longe, assim foi na luta contra a ditadura, pela descolonização, no combate pela Democracia e pela Liberdade, na entrada na Europa e no contínuo aperfeiçoamento do ser Europeu e na solidariedade com outros povos como o de Timor.

Ora, muito do que é preciso mudar, não está na actual direcção do PS, está no modo como sentimos e praticamos o Socialismo e o ser Socialista e esta questão perdurará apesar e para além de qualquer direcção do PS.

Ser Socialista implica mudar, por em causa, transformar, será este o caminho.

Eu, por mim não me conformo, o decorrer da sucessão dos dias e o que neles acontece de tão mesquinho e inútil incomoda-me, sei que os caminhos a percorrer não são estes. O Socialismo e o Partido Socialista são mais do que é visível e o invisível não está ao alcance dos nossos olhos (Exupéry).
Deixei, há semanas de comprar jornais.

Viva o Partido Socialista!

Carlos Martins