27/09/09

PS em 1º Lugar. CDU em Último

São 20h30m e pelas projecções, o PS ganhou a eleição de hoje, com boa folga.
Agora é o PS Alcácer, que tem de ganhar a Câmara no próximo dia 11 e assim, Alcácer ficará sintonizado com a política do Governo da Nação.
O Executivo PS, se vencer no dia 11, tem de fazer mais lobby, trazer a Alcácer ainda mais Ministros e Secretários de Estado e saber comprometê-los com o nosso desenvolvimento estratégico, tem de saber percorrer melhor os corredores do poder, tem de obter ainda mais apoios governamentais e comunitários.

Por sua vez, a CDU é já o último partido entre os cinco. Cabe perguntar: se os portugueses rejeitam cada vez mais - aliás como todo o mundo - os comunistas, porque os alcacerenses ainda se mantêm agarrados a políticas e ideologias mortas?

O SÁDÃO FOI AO JANTAR DE ENCERRAMENTO DO PSD

Foi na sala Tejo, do Pavilhão Atlântico, na Expo, em Lisboa.
1.500 pessoas. Um arroz de pato regado com vinhos tinto e branco do Cartaxo, ao preço de 5 euros.
7 mesas de jantar, na primeira enfiada, junto ao palco, sentavam os notáveis. Pacheco Pereira escolheu o meio da sala e ouviu os discursos atento, sério e quase não bateu palmas. João de Deus Pinheiro também não quis o primeiro renque.
Manuela tinha Balsemão à sua direita e Marcelo pela esquerda. A mesa era redonda, igual às demais. De fronte, ficou-lhe Santana e não descortinámos se alguma vez o encarou. De lado, Rangel e pelo meio destes, umas senhoras de bom tom.
Marcelo esteve todo o jantar a falar, incessantemente, naquele seu jeito, quase à velocidade da luz, com mãos e corpo. Dissertava de política nacional e ao mesmo tempo da internacional. De episódios incríveis desta campanha, o que levou Rangel, nas poucas oportunidades que teve para pronúncia:
-Você sabe os pormenores todos!
Mas Marcelo acenou com a cabeça que sim e não o deixando continuar saltou, imediatamente, para umas piadas que nada tinham com politica e das quais ele próprio foi o primeiro a arrancar risada. Era arte, música e literatura. Economia e gripe A.
_Só não falo de Direito que isso é muito chato.
Exclamou o incrível Marcelo, a certa altura.
Balsemão ouviu, todo o tempo, com sorriso aberto e permanente, de quem está meio extasiado. Já vão muito longe os tempos da discórdia!
Manuela permaneceu igual a si mesma, de olhar baixo, parecendo até, não estar a compreender ou a ouvir, parte do que, velozmente dizia, o meteórico Marcelo.
Santana num cândido e caído sisudo e, Rangel naquele sorriso encoberto e simplório, atento à oportunidade de poder entrar serenamente na conversa. As senhoras fizeram figura, aprumadas, direitas.
Os empregados de mesa, solícitos, vieram com as travessas para darem repetição do arroz de pato, mas Manuela falou por todos.
_Não, já chega.
E todos se abstiveram, à excepção de Marcelo, que logo alto e bom som:
Não, não, eu quero mais, está muito bom este arroz de pato. Quem será o pato?
Será o Sócrates?
Perguntou.
E todos sorriram alegre, mas logo contiveram.
Antes do jantar discursara Manuela Ferreira Leite, que leu um longo discurso de timbre tecnocrático, sem entusiasmo nem novidade.
Depois do jantar discursou Rangel, seguiu-se o presidente da JSD e encerrou Balsemão. Apesar de ser o mais velho,o fundador e militante nº 1, mostrou ser dos quatro, o que tem mentalidade mais jovem e entusiasmou a assistência que era animada pela claque da JSD, composta por 20 ou 30 mexidos jovens que eram comandados por megafone.
Em todos os discursos um denominador comum: o relacionar os problemas crónicos do nosso país e que toda a gente conhece - que o diagnóstico está mais do que feito - sem apresentação de soluções convincentes e alternativas à governação de Sócrates.
Foi um fugir às questões centrais e o empolar de casos acidentais.
De Sócrates conhecem-se as políticas de reforma, muitas vezes impopulares, muitas vezes com erros. Mas o PSD não se compromete no "como fazer". Limita-se a dizer que está mal e que é contra, que corta, mas sem dizer claramente como faria melhor.
Foi pedido aos presentes para não se deixarem impressionar pelas sondagens e a esperança pareceu residir no argumento que elas já se enganaram para as europeias e que quem se engana uma vez, se engana duas. Mas também se pode pensar que se já se enganaram uma vez, não se podem enganar outra.
Nas despedidas o entusiasmado Marcelo, apagava ainda mais Manuela - que quase não se dava por ela - e bateu palmada no ombro de Rangel, exclamando aparentemente sincero:
_O futuro presidente.
Antes, tinha dito o mesmo ao presidente da JSD e não sabemos se a mais alguém!
Manuela saia sem demoras. Deixava a última "empreitada", sem entusiasmo, como se estivesse a cumprir um dever, discreta, dada.

vilela borges