27/03/10

PS abre sede em Alcácer

Foi inaugurada no passado dia 26, pelas 19h00, a nova sede da PS em Alcácer.
O acto de inauguração contou com a presença do Presidente da Federação, Vítor Ramalho e José Reis, também membro da Federação, os deputados Euridece Pereira, Catarina Marcelino e Alexandre Rosa e ainda, políticos do PS, dos concelhos vizinhos e muitos militantes de Alcácer. Cerca de uma centena de pessoas estiveram presentes naquele acto inaugural.

A sessão foi aberta por Mauro Félix e segui-se no uso da palavra, Rui Damião, líder da secção de Alcácer do partido, a quem pertence a iniciativa da abertura desta sede e que manifestou o desejo que seja um lugar de trabalho e debate de ideias, do partido, para melhor conhecer e saber servir Alcácer.










Encerrou a cerimónia Vitor Ramalho, que fez um importante discurso falando da presente situação política e económica do país, da união europeia e do mundo, para provar que se em vez do PS, estivesse outra força partidário no poder, o país não estaria em melhor situação, antes pelo contrário.
Falou depois, das enormes potencialidades do concelho de Alcácer e exortou a que se debata política e se debata Alcácer, nesta nova sede. "Debata-se sem medo, que não há machado que corte a raiz ao pensamento"



24/03/10

convite para a abertura da sede do ps

Queridos Camaradas

Convido-vos a compartilharem connosco a alegria de abrir aos militantes, as portas da sua Nova Sede.
A sede fica na Rua da Marquês de Pombal, frente à casa Havaneza (mais conhecida por "o Almeida").
Contamos com a Presença do Camarada Vitor Ramalho, de alguns deputados do Distrito de Setúbal e outras figuras importantes do nosso Distrito, mas principalmente com a tua presença... CAMARADA
Assim no Próximo dia 26 pelas 19h cá te esperamos.


Mariana Caixeirinho

COMPLETA A LISTA DE CAIXEIRINHO À COMISSÃO POLÍTICA/PS. SEDE ABRE DIA 26


Mariana Caixeirinho é cabeça da primeira lista conhecida, concorrente à Comissão Política Concelhia do PS/Alcácer, tal como noticiáramos no passado dia 11 passado
Os nomes dos militantes que integrarão esta lista para a concelhia:

Mariana Caixeirinho
José Manuel Marques
Duarte Faria
Clarice Campos
Eduardo Mira
Décio Fava
Rita Rito
Duarte Silva
Mauro Félix
Isabel Alferes
Pedro Grilo
Isabel Vicente
Felicíssimo Lázaro
Rodrigo Peguincha
Paulo Barrela
Mª Amélia Frota
Rui Damião
Vilela Borges
Madalena Massano
Hélder Moutinho

Por seu lado a lista para a secção de Alcácer, será encabeçada por Isabel Vicente.

Brevemente noticiaremos os nomes dos militantes concorrentes às secções.

Pedro Paredes, embora não tenha querido incluir estas listas dará, segundo o SÁDÃO sabe, apoio público a estas listas, bem assim, todo o restante Executivo.

O prazo para apresentação de listas é até ao dia 30 do corrente, pelo que poderão aparecer mais listas, o que só poderá beneficiar o debate no partido.

A sede em Alcácer que é iniciativa da actual secção de Alcácer do PS e ligada a estas listas, vai ser inaugurada a 26 do corrente pelas 19h00 e não a 27 como havíamos noticiado. A antecipação deveu-se à conveniência de horários de membros da Federação, que vão estar presentes.

O acto de inauguração contará com um beberete e são convidados todos os militantes e simpatizantes.

Esta lista tem estratégia e programa ambicioso, tem capacidade e vontade em implementá-los, para fazer surgir em Alcácer, um PS forte e dinâmico, que saiba responder ao interesse e anseios dos alcacerenses e saiba estar à altura do actual momento histórico de surto de desenvolvimento que Alcácer começou a encetar e, dessa forma, inviabilizar de vez, que a ultrapassada política comunista volte à Gestão Autárquica

Brevemente publicaremos o programa de acção desta lista concorrente.

O CLUBE DE POLÍTICA DE ALCÁCER DO SAL, aguarda pelo dia 30 para poder analisar as listas concorrentes e seus programas e decidir então, um sentido de apoio.

PEC AMBICIOSO


Programa de Estabilidade e Crescimento

PEC ambicioso vai assegurar estabilidade fiscal e redução da despesa

O Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), apresentado nas suas linhas gerais pelo primeiro-ministro aos partidos e discutido com os parceiros sociais, constitui uma proposta “ambiciosa” e contém medidas “justas e necessárias”, porque prevê uma estratégia credível de redução do défice, privilegia a contenção da despesa, mantém um quadro geral de estabilidade que não compromete a competitividade e o emprego e assegura a sustentabilidade das finanças públicas, condição indispensável para o crescimento sustentado da economia.

Para atingir o objectivo de redução do défice orçamental de 9,3% em 2009 para 2,8% em 2013, cumprindo as regras da zona euro, o Executivo de José Sócrates afirma esperar contar com o “contributo” e a “solidariedade responsável” das diferentes forças políticas e dos parceiros sociais.

Numa declaração ao país, no dia 8, após a apresentação do PEC 2010-2013 aos partidos com assento parlamentar, na sua residência oficial, na qual delineou os principais aspectos desta proposta, o primeiro-ministro reiterou que se mantém a “opção clara e fundamental” de que não haverá aumento de impostos, com uma excepção, a subida da tributação fiscal para os rendimentos acima dos 150 mil euros, que passa de 42% para 45%.

“Vamos reduzir a despesa fiscal e tornar mais justo o sistema fiscal português”, afirmou José Sócrates, considerando que “é preciso que os portugueses tenham consciência de que o sistema fiscal que nós tínhamos beneficiava aqueles que têm rendimentos mais elevados, porque esses poderiam beneficiar de deduções fiscais mais elevadas do que outros”.

Por outro lado, o primeiro-ministro classificou a proposta de Programa de Estabilidade de Crescimento como “ambiciosa”, uma vez que, frisou, “metade dos países europeus vai aumentar o défice em 2010 e Portugal não só não vai aumentá-lo como vai reduzi-lo, e é dos países onde essa redução vai ser maior”.

No âmbito de uma aposta justa e adequada de distribuição de esforços entre todos os cidadãos, famílias e empresas, José Sócrates notou que passará a haver a tributação das mais-valias mobiliárias e que passará a haver uma limitação ao recurso a deduções e benefícios fiscais mais acentuada nos escalões mais elevados de rendimentos e para as grandes empresas.

Com vista à redução da despesa, haverá também cortes em todas as áreas da despesa da Administração Pública, mantendo-se a regra da admissão de um funcionário por cada dois que entrem na reforma, uma medida que já reduziu em 73 mil o número de funcionários nos últimos quatro anos.

Já nas prestações sociais serão impostos tectos, de modo a permitir dirigi-las às pessoas que delas efectivamente carecem, e serão igualmente colocados limites aos benefícios fiscais.

Na área do investimento público, Sócrates disse que são mantidas no essencial as opções já tomadas no que respeita ao novo aeroporto de Lisboa e o comboio de alta velocidade Lisboa-Madrid, sendo adiada por dois anos a ligação de TGV entre Lisboa e Porto e Porto-Vigo, nomeadamente para aproximação às posições “de outras posições políticas que possam permitir um apoio” ao PEC, que “é absolutamente necessário para a sua apresentação internacional”.

José Sócrates sublinhou ainda que estas medidas “têm como objectivos relançar economia e equilibrar as finanças públicas” e “defender a credibilidade e a confiança na economia portuguesa”.





Credibilidade e confiança



Horas antes em conferência de Imprensa, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, tinha já afirmado que o PEC que irá ser apresentado pelo Governo em Bruxelas “é credível, gera confiança, leva a cabo uma política de contenção orçamental e de redução da despesa pública”, assegurando “equidade fiscal” no esforço de contenção que é exigido a todos.

Mas, defendeu, “quem mais tem mais deve participar neste esforço”, dando como exemplo paradigmático a taxa de 20% a que vão ser sujeitas as mais mais-valias mobiliárias.

No âmbito da política de redução do défice até 2013, Teixeira dos Santos disse que a estratégia assenta na redução do peso da despesa no PIB, apostando em medidas que diminuam a despesa e melhorem a receita fiscal.

Assim, segundo o ministro das Finanças, as despesas com o pessoal da Administração Pública registarão uma redução para 10% do PIB em 2013. Para o efeito, adiantou, o seu montante será reduzido em cada ano em pelo menos 100 milhões de euros, uma meta que será conseguida através congelamento de salários e o reforço da regra dois por um.

“Nós iremos reduzir o peso da despesa com pessoal para 10% do PIB até 2013. Ela situa-se actualmente um pouco acima dos 11%, vai descer para 10% do PIB até 2013. Isto quer dizer que, aproximadamente, por cada um dos próximos anos, a despesa global com pessoal terá de ser reduzida em pelo menos 100 milhões de euros”, referiu Teixeira dos Santos.

“Para o efeito, vamos aplicar a regra de dois em um, agora uma regra com uma força legal acrescida. Visa por pelo menos dois trabalhadores que saem, uma entrada”, explicou o governante, contando que esta medida já funcionou na anterior legislatura e que assim pretende “reduzir ainda mais o número de funcionários públicos”.

Para que esta redução da despesa seja alcançada, inclui-se ainda nesta “uma política salarial de forte contenção”.

“Nós congelámos os salários este ano. Não podemos assumir um compromisso de alinhar o andamento dos salários dos trabalhadores com funções públicas com a inflação. Vamos ter, de facto, de prosseguir uma política de forte contenção salarial, o que implica que os aumentos que possam vir eventualmente a verificar-se serão aumentos que estão abaixo da inflação esperada durante este período”, disse.

Teixeira dos Santos lembrou ainda que “75% da despesa pública corrente corresponde a despesas com pessoal e a despesas sociais”, defendendo, por isso, que “não pode haver uma correcção perceptível e significativa do peso da despesa que não tenha incidência nestas duas rubricas”.



Contenção salarial



No âmbito das despesas sociais, o ministro disse que, entre outras medidas, vai haver um tecto de despesa para as prestações de natureza não contributiva, a eliminação das medidas temporárias anticrise de apoio social e o reforço da fiscalização, de forma a combater os abusos e a fraude.

Ainda no quadro da redução das despesas do Estado de forma a diminuir o défice, Teixeira dos Santos adiantou que vai ser imposto um tecto para as despesas com outsourcing e um corte de 40% nas dotações previstas na Lei de Programação Militar.

Por outro lado, o ministro das Finanças anunciou ainda o adiamento por dois anos da execução das linhas de alta Lisboa-Porto e Porto-Vigo.

“O investimento público teve um pico em 2009 com os programas de estímulo à economia e esse esforço irá ser atenuado nos próximos anos, regressando a valores anteriores, e neste domínio decidimos o adiamento da execução das linhas de alta velocidade entre Lisboa e Porto e entre Porto e Vigo”.

Visando “controlar e reduzir o endividamento do Estado”, Teixeira dos Santos anunciou que o Governo vai levar a cabo “um conjunto significativo de privatizações”, que permitirão obter uma receita na ordem dos 6000 milhões de euros.

O ministro das Finanças considerou ser “muito importante” que em sede de Assembleia da República “haja apoio” às políticas de “contenção orçamental e de diminuição da despesa” consagradas no PEC.





Evolução da economia no PEC (%)
2010 2011 2012 2013
Consumo famílias
1 0,8 0,9 1
Consumo público
-0,9 -1,3 -1,5 0,2
Investimento (FBCF)
-0,8 1 1,6 1,8
Exportações
3,5 4,1 4,5 4,6
Importações
1,7 1,9 1,9 2
PIB
0,7 0,9 1,3 1,7
Inflação
0,8 1,9 1,9 2
Taxa desemprego
9,8 9,8 9,5 9,3
Emprego
-0,1 0,1 0,4 0,6
Défice orçamental*
-8,3 -6,6 -4,7 -2,8
Défice externo*
-8,4 -8,8 -8,2 -8,2
Dívida pública
85,4 88,9 90,1 89,3
Fonte: PEC *% PIB







OCDE apoia estratégia de consolidação orçamental de Portugal



A OCDE – Organização para a Cooperação Económica e Desenvolvimento elogiou a estratégia de consolidação orçamental de Portugal, que afirma estar na direcção certa para assegurar a confiança dos mercados e suportar o crescimento da economia.

“A OCDE acolhe a estratégia de consolidação do Governo [português] que vai na direcção de manter a confiança dos mercados, suportar o crescimento e assegurar a sustentabilidade financeira”, referiu em comunicado, no dia 10, o secretário-geral da OCDE, Angel Gurria.

A organização garante assim que apoiará estratégia e esforço português de consolidação orçamental com vista à redução do défice para os três por cento do produto interno bruto (PIB) até 2013, dos 9,3% registados em 2009.


A Crise no Portugal do inicio de 2010 - Parte II

Como Socialistas não temos de ter receio de assumir um papel dirigista na sociedade.
Está de acordo com a nossa ideologia e o liberalismo actual já provou à saciedade a sua
incapacidade em encontrar soluções para os problemas que ele mesmo criou.

Não devemos tambem interiorizar cegamente a “liberalização dos mercados” como
um dogma. Se pode ser justo aplicar o principio em matérias-primas, alimentos e
alguns produtos até como forma principal de ajuda ao desenvolvimento, já não o é em
produtos fabricados exatamente pelos empresários que tantos problemas nos
causaram com a deslocalização e agora defendem (claro) o “liberalismo” contra o
“proteccionismo”.

Portugal só se desenvolveu realmente quando teve estratégias crediveis, capacidade e
vontade para as implementar. Foi assim com os Descobrimentos e o Marquês de Pombal.

Portugal pode aproveitar esta situação dificil para liderar o rumo estratégico dos Países
pequenos mais desenvolvidos e a manutenção do seu Estado Social face aos desafios
de uma globalização económica que pouco ou nada pode influenciar.

A Recuperação tem de ser um designio nacional mobilizador conduzido sem hesitações
por lideres fortes e determinados. É a sua ( nossa ) ultima oportunidade democrática.

A definição dos eixos dessa estratégia tem de gerar um grande consenso e mobilização
nacionais. Tentar fazê-lo apenas com os actores politicos habituais será um erro colossal.

A primeira tarefa tem de ser saber qual é afinal o tecido económico português por
sectores (incluindo sector publico central e autárquico e informal), sua capacidade
exportadora e competitiva, dimensão, trabalhadores, empresários etc. A maior parte dos
dados existem no INE, há sobretudo que os ordenar de acordo com os objectivos.

A segunda é definir quais os sectores mais estratégicos para o desenvolvimento nacional
que deve ( tem de ) ser feita com os parceiros sociais, individualidades de reconhecido
mérito empresarial ( Belmiro, Amorim, Henrique Neto, Roquette, etc.etc.etc ) e obviamente
governantes e lideres da oposição. Uma espécie de “Conselho de Crise” permanente
pois terá sempre de monitorizar os resultados e/ou corrigir o rumo. Aqui o maior
erro que se pode cometer será convidar os “yes-men” ou a claque do costume a participar.

A terceira será obviamente legislar de acordo e bem em todos os campos que forem
considerados necessários em consonância com o decidido,. Uma forte mobilização
nacional em torno destes objectivos será certamente necessária. Prevejo que para se
obterem os necessários resultados a curto prazo será necessária uma politica do tipo “um
País, dois sistemas”,descriminando positivamente o que interessa.

A muito curto prazo a punição exemplar dos autores das várias fraudes em investigação
é absolutamente necessária para restabelecer a confiança dos portugueses no sistema.

No imediato e para combater o desemprego as acções têm, a meu ver, de ser mais ousadas:
Para licenciados, dado o seu numero e qualificações, para alem das já existentes há que os
enviar como cooperantes para os Palop`s. Serão muito bem aceites e, com uma pequena
formação adicional, certamente poderão pelo menos leccionar português. Muito poucos
Países no Mundo terão as facilidades de Portugal neste campo e está amplamente
provado que o efeito multiplicador destas medidas para o País “emissor” são sempre
interessantes; Para os menos qualificados, não-qualificados e do rendimento minimo, com
o empenho e enquadramento dos Municipios, certamente que entre ajudar a fazer o
cadastro dos 20% do território nacional que não se sabe de quem é, recuperar e pintar casas
e imóveis degradados, recuperar fábricas e equipamentos abandonados, limpar matas e
praias, vigilância de incêndios e no nosso caso de Setubal até restabelecer a industria das
ostras ( fortemente empregadora ), etc., seria possivel obter resultados interessantes.

António Jardim

A Crise no Portugal do inicio de 2010 - parte I

1 - Introdução:

O País está a definhar, diz estrondosamente Ernâni Lopes, no que parece ser a
definição mais correcta da situação actual, misto de recuo e desânimo.

Vitor Ramalho, politico arguto, corrobora : “o País está sem alma e sem projecto”

Não se pode fazer nada sem uma retoma forte das exportações, afirmam dezenas de
politicos, economistas, etc. Mas para tal há que ser mais competitivos e produtivos
retorquem imediatamente mais politicos, economistas etc. agora acolitados por várias
associações patronais e com os próprios individualmente olhando de soslaio para os
representantes sindicais, e não se pode portanto aumentar salários, pelo contrário !!
Nem pensar, dizem logo os sindicatos com o apoio de outros politicos, economistas etc.,
não temos nada a ver com isso, a crise é financeira, os nossos salários e apoios sociais
são dos mais baixos da Europa e portanto queremos aumentos substanciais de salários,
pensões, subsidios de desemprego etc. que isto não pode ser sempre o mexilhão a lixar-se!
E alem disso o aumento de salários incentivaria sempre o consumo e portanto a economia?

Para aumentar a comoção periodicamente vão sendo divulgados na imprensa vários
“golpes” de milhões de euros praticados por até há pouco tempo impolutas e respeitaveis
figuras publicas, muitas “gestoras” nomeadas de importantes Bancos e Empresas,
necessitando de arredondar os seus parcos salários da ordem (veio-se a saber) dos 30 a
35.000 euros ( 4 vezes o do PR, o que até julgava não ser sequer legal ! ), certamente com
a habitual desculpa de ser “para o Partido”.

A nação está cada vez mais dividida em 2 grupos : um minoritário, constituido por gente
ligada ao Poder politico e/ou económico, que nunca esteve tão bem. São lucros fabulosos
no sector financeiro, são Porches em Braga, são farmaceuticos a recusar a unidose, são
despesas sumptuosas, são o clima favorável à diminuição de ordenados e à precaridade
etc.etc.etc. E se houver alguma necessidade não há problema, vá uma fraude que o Zé
paga. Estão bem, mas a credibilidade como elite natural e sobretudo ética acabou.
Os outros, a maioria, são constituidos por quase todos os proletários no sentido abrangente,
agora não só os clássicos antigos operários, mas tambem uma multidão de empregados de
escritório, funcionários publicos, trabalhadores de vários serviços, ( dos famigerados “call
centers”, às superqualificadas “caixas” dos hipermercados etc. ) lutando diáriamente para
sobreviver com ordenados ridiculos, desemprego, precaridade e sobretudo incertezas.

Na minoria, salvo algumas honrosas excepções, já ninguem confia e muito menos para
definir algum rumo coerente e sério para enfrentar a situação sem ser mais liberalismo.
A generalidade da extrema esquerda não tem quem realmente a represente. A maioria das
propostas são tão absurdas que nem o mais empedernido militante acredita na sua
fasibilidade. Mas enfim, lá vai existindo e capitalizando algum descontentamento..
A maioria de centro-esquerda está desorientada. Sente que só ela pode conduzir o País
mas os sinais dos seus representantes são tão contraditórios que a duvida é permanente. No
entanto é com eles que conta e de quem espera liderança esclarecida e competente.

Não se prevendo no entanto qualquer “saida” revolucionária, a curto/médio prazo o que há
a propor parece ser óbvio e mais, uma questão de sobrevivência :

 Produzir bastante mais (desemprego)
 Produzir com mais valor (salários e divida)
 Exportar bastante mais (divida)
 Desperdiçar bastante menos (divida e corrupção)
 Importar bastante menos (divida)
mas para que a solução seja sustentável e não mero “fogo de vista” há que remover logo
os primeiros entraves pois são necessárias várias condições prévias como por exemplo :
- Definir uma estratégia produtiva credivel para o País na era da globalização.
- Perceber de vez a questão da competividade/produtividade, para a corrigir.
- Combater eficazmente a corrupção.
- Promover efectivamente o mérito.
 Previligiar as empresas dos sectores que interessam
- Acesso facilitado ao crédito
- Criar tribunais contratuais especificos.
- Rever questões fiscais nas áreas prioritárias.
 Qualificações e precaridade.
 Promover a formação em gestão.
 Reorientar a Investigação e Desenvolvimento.

Claro que tudo tem de ser contido numa estratégia sustentavel a médio/longo prazo.
Quando se fala, por exemplo, em “produzir bastante mais”, evidentemente têm de ser bens
transaccionáveis, (onde hoje se inclui algum “software”) para os quais há mercado e
onde se pode ser competitivo. Senão bastava aumentar a burocracia, “engordar” o Estado
com mais umas centenas de milhar de funcionários e tinhamos o desemprego a ser
“combatido” (até á falência do País).

Não tenho a veleidade de ter soluções para um problema globalmente tão complexo mas
como cidadão com mais de 40 anos de actividade na produção ( o que a maior parte dos
habituais “experts” não tem nem nunca poderá ter ) e militante de um Partido de esquerda
acho que posso e devo dar o me modesto contributo para um assunto que nos afecta a
todos e às gerações vindouras.

E alem disso por constatar “ad nauseum” que quem devia tambem não tem soluções
para alem do “mais do mesmo” e declarações pomposas de banalidades conhecidas.

Clarificando alguns pontos :

2 - Desperdiçar bastante menos

É um dos pontos que praticamente não é abordado quando se fala da crise. No entanto é
calculado por alguns autores que o “desperdicio” anual em Portugal poderá ser da ordem
dos 5 % do PIB, um valor gigantesco. Claro que se estão a referir as clássicas mudanças
para lampadas de baixo consumo, electrodomésticos em “stand-by” permanente,
calafetagem de portas e janelas e vidros duplos, hábitos de consumo, aproveitamento do
Sol e luz natural etc.etc mas não só. As principais áreas onde o desperdicio é mais elevado
, segundo os autores, são o transporte individual, os medicamentos não-unidose (quase
todos) e as perdas na distribuição de água em baixa (municipios). A ineficiência
introduzida pelo mau funcionamente do Estado em geral (Justiça, SS etc.) é tambem
apontada. Pessoalmente atrevo-me a acrescentar mais algumas, certo que não esgotarei a
matéria : o desperdicio de tempo e dinheiro dos utentes dos serviços publicos obrigados ao calvário de ter de esperar pelo fim das chamadas particulares ou conversas de futebol,
enlear-se em burocracias, filas, etc. E isto a nivel de atendimento ao publico, porque a nivel
de quadros e chefias quem é que paga o protocolo, os carros novos e motoristas dos
chefes, as remodelações sumptuárias de gabinetes e as carissimas deslocações ao
estrangeiro de chefias e técnicos para reuniões de utilidade mais que duvidosa ?
E ainda se poderia falar do material médico nem sequer utilizado e destruido, dos residuos
etc. Estou quase certo que um estudo comparativo sério provaria que o sector publico
gasta mal muito mais do que devia por funcionário em relação ao que faz. E isto sem
tocar na dimensão. Há outro aspecto que gostaria de focar, o numero de fábricas,
armazens, maquinaria, instalações etc. que pelo País fora estão vazios e abandonados,
provavelmente à espera de uma qualquer decisão judicial. É espantoso o valor em milhares
de milhões de euros que estão assim a apodrecer com o unico fim de permanecerem
no balanço dos credores, em geral Bancos. Não seria muito mais inteligente pô-los à
disposição de eventuais investidores ? Pelo menos fariam alguma manutenção.

3 - “Definir uma estratégia produtiva credivel para o País na era da globalização”

Está amplamente provado que o chamado mercado foi incapaz, mesmo em Países adultos
nesse aspecto, de preencher esta função, quanto mais no nosso em que a incompetência
quase geral dos gestores é proverbial e em que 80% das PME têm menos de quatro
trabalhadores! Tem assim de ser uma tarefa dirigida pelo Governo, por muito que isso
ofenda o liberalismo vigente. Claro que o haver uma estratégia não deve significar que
empresários não possam por outras razões investir noutros ramos mas sim que outros que
não eles serão previligiados. E desde mesmo antes de Michael Porter se fala no assunto
sobre diversas capas mas em geral com uma unica conclusão : um País da nossa
dimensão e recursos tem de avançar sobretudo nos sectores onde tem vantagens
relativas consideráveis e sustentáveis e deve procurar criar “clusters” nesses sectores,
(como a Finlândia na floresta). Seria (foi) sempre muito arriscado e votado ao insucesso
investir por exemplo na produção em massa de semi-condutores ou “chips” ( Quimonda
etc.) , vocação evidente da China, India, Vietnam e sucessores. Mas por exemplo investir
fortemente na I&D da desfalca automática de cortiça ( podendo aumentar imediatamente
mais de 20% a produção desta) parece evidente num País lider mundial do sector, assim
haja mercado. Esta opção é para mim essencial pois não só eleva a competividade
nesta época de globalização como dificulta deslocalizações e pode aumentar o valor
acrescentado. E vários sectores têm sido apontados até hoje : vinho ; turismo ; cortiça;
automovel; calçado; malhas; produtos de madeira; floresta; moda; agroalimentar;
petroquimica; moldes; ferramentas; TIC`s; industrias do mar; renovaveis; medicamentos;
agricultura; farmaceuticas; biotec; instrumentos cirurgicos etc. em vários estádios de
desenvolvimento. Pessoalmente tenho duvidas sobre alguns (ex. turismo de massas,
moda, petroquimica) e acho outros mais promissores (exemplo floresta (com desfalca;
biocombustiveis em particular etanol de celulose etc.), cutelaria, ourivesaria, algum
“software” etc.) mas só um estudo aprofundado e sério o poderá determinar.
De qualquer forma há questões, na minha opinião, que não podem ser esquecidas :
- os investimentos sociais (apoio a idosos, creches, cuidados continuados etc.) são desejáveis, necessários e criam emprego mas não criam directamente riqueza e têm custos operacionais. Só podem ser sustentados se houver um sector produtivo que os financie. Uma economia sustentável não pode ter só sector terciário ou social.
- Jerónimo e outros têm razão quando afirmam que o sector produtivo tem sido
irresponsavelmente destruido. Mas já não a têm quando, em nome da luta ao desemprego, se esforça por manter sectores absolutamente insustentáveis em época de globalização. A tentativa de manter a laborar a qualquer custo por exemplo industrias de
cablagens, texteis e calçado baixo de gama etc. ( a não ser que haja outras razões ), é economicamente indefensável. Tem de se ir por alternativas e não insistir no impossivel.
- Há que estudar exaustivamente o tecido empresarial português, sem esquecer a chamada “economia informal”. Citando alguns numeros, que merecem pouca
credibilidade, haverá em Portugal 250.000 PME, das quais 80% têm menos de
4 trabalhadores ! Como é possivel exigir certos padrões de gestão, comerciais e pior
ainda internacionalização a estas empresas ??? Claro que devem estar aqui a maior parte das sociedades agricolas, pequenos comércios, as oficinas de automóveis, os gabinetes de “consultores” e de informática etc.etc.etc. e talvez até profissionais liberais,
mas o facto é que se estimam (deste numero), que 30% não sejam do sector terciário ??
Mais, está publicado que 40% dos empresários portugueses têm no máximo a 4ª classe.
Estou com Henrique Neto quando diz que isso não tem relevancia pois muitas firmas cheias de licenciados não são exemplo para ninguem mas, e estou certo que o próprio
Henrique Neto o reconheceria, esta situação não facilita nem a inovação nem o contacto
com organismos que supostamente seriam de apoio ( universidades, instituições etc.)
Sem um estudo sério e um bom diagnóstico a terapeutica será sempre errada.
- A Universidade portuguesa tem de perder de vez a arrogância de centro de “saber” ou
“conhecimento”, como gosta de se apresentar. Quanto mais pequena é a empresa em
geral mais pragmáticos são os seus gerentes e eventuais quadros. Não gostam portanto minimamente de serem menorizados nos seus conhecimentos (forçosamente pragmáticos)
quando contactam essas instituições e muito menos aceitam criticas que não sejam substanciadas por quem mostre realmente saber mais do que eles do assunto. Julgo
ser este e o cumprimento de prazos os principais problemas do recorrente divórcio
universidade-empresa, de que se fala há décadas noPaís e tanta falta faz resolver.

4 - Perceber de vez a questão da competividade/produtividade.

È um daqueles assuntos recorrentes que não mereceria qualquer comentário não fora
ser profundamente desmoralizador de uma amplissima população activa constantemente
assim estigmatizada de “perguiçosos e calões” que pouco ou nada fazem, ainda por cima
por quem em geral só nos tem dado exemplos da mais completa incompetência e total falta
de ética. Claro que haverá muitos que dirão que “não”, a intenção nunca foi essa, mas o
que de facto passa para o publico é que Portugal só não ultrapassa a crise porque os
seus trabalhadores não produzem !! E portanto nem vale a pena fazer nada!!É o fado!!

Quanto à competividade e apesar de tudo, parece-me que muita gente já percebeu que
engloba um conjunto de factores, desde o “design” ao financiamento, sendo o custo do
trabalho um deles, aliás em geral até não o mais importante hoje em dia. Como sempre a
recente argumentação e proposta do patronato sobre o salário minimo é reveladora da
falta de visão, oportunismo e “mais do mesmo”. Até Camilo Lourenço a criticou.

Quanto à produtividade é que o problema é maior. A produtividade, simplificando, é
o quociente entre o valor do que se produz e o trabalho gasto a produzi-lo. Portanto há
duas maneiras de a aumentar : ou produzindo no mesmo tempo objectos de maior valor
(o que sucede em quase todos os Países desenvolvidos) ou levando menos tempo a
produzir objectos do mesmo valor. Ora a maioria das pessoas nunca esteve minimamente
ligada à produção e, alem de não fazer a mais pequena ideia da importância dos meios, julga que para produzir mais é só preciso trabalhar mais . Nem sei se seria bem
assim no seculo XIX, no tempo da marreta, mas hoje não é de certeza. O produzir mais
hoje não é suar mais, é produzir melhor, com equipamentos e métodos adequados. O
maior malandro com uma retro abre uma vala mais depressa que o melhor trabalhador
com uma enxada. E quem é que hoje para cortar e limar troca uma rectificadora por uma
serra e um limatão ?? E se pedir aos melhores pedreiros para fazer um muro e não lhes
der cimento nem areia nem tijolos e aos piores der tudo, quem é que acaba primeiro o
muro ?? E quem é que tem de dar a retro, a rectificadora, o cimento, a areia e os tijolos ??
A produtividade é hoje muito mais da responsabilidade da empresa que do
trabalhador. Como é que os portugueses podem ser tão bem considerados na França,
Alemanha etc. e aqui, segundo muitos, não deviam ganhar nem para comer ?? Será dos
Pirineus ?? Claro que sim! É que de um lado há empresas, do outro nem sei o que dizer.
Tambem não é preciso, basta ver a TV. Sempre que há uma reportagem sobre industria lá
aparece um genérico com um desgraçado a arrumar uns legos amarelos numa caixa e
outro a alimentar à mão um balancé. Tenho a impressão que hoje nem no Burundi se
põe um ser humano a fazer aquilo o dia todo. Só com uma extracção e alimentação
automáticas a produtividade daqueles devia passar para o triplo pelo menos. E ainda vi
num Tribunal uma funcionária a escrever à máquina e, numa visita do PR, um operário a
cortar cortiça numa serra de disco sem protecção !! E no Luxemburgo , o País mais
produtivo do Mundo, que tal saber que um quarto dos trabalhadores são portugueses das
Beiras ?? Eu próprio já participei numa situação dessas quando na construcção da
petroquimica de Sines, pela Sorefame e em 78. Em condições como imaginam realmente
dificeis, batemos várias vezes as produtividades das melhores empresas mundiais da
altura como a CMP. É preciso é saber como se faz e isso não se aprende nas sedes.

Há tambem que atender ao volume da produção. Séries grandes de produtos podem
conduzir mais facilmente a uma automatização quase total e assim, garantida a qualidade,
o preço da mão-de-obra pode passar a ser determinante, com vantagens evidentes para a
Asia. Pessoalmente penso assim que investir em grandes séries em Portugal é errado.
. Já pequenas séries me parece melhor até pela valorização das nossas reais qualificações.

Claro que o aumento da produtividade pode ser inimigo do emprego ( se a procura
fôr rigida ) mas não é esse o caso geral, embora eu próprio já tenha tido de enfrentar
essa situação . No entanto não deixei nunca de me manter informado sobre a alternativa.

5 - Combater eficazmente a corrupção

É um problema francamente dificil mas que tem de ser combatido de forma eficaz. Os
seus efeitos são altamente perversos não só para a classe média/alta activa como para
as próximas gerações ao inculcar a ideia de que o mérito não conta para o sucesso, mas
sim o percurso partidário, os conhecimentos certos, a flexibilidade da espinha e claro,
uma total ausência de escrupulos quando chegar a altura dos grandes “golpes”. Ora para
se poder ser corrupto é preciso estar num dos tais cerca de 5000 lugares de Poder onde as
decisões valham a pena ser “influenciadas”. Por isso não há quase corrupção aos niveis
mais baixos. Por isso tambem esses lugares são quase sempre preenchidos por “homens
de confiança” das cupulas partidárias. São 5000 que fazem parte da maioria dos
já péssimos gestores que geralmente temos, para desespero e desprezo de quem
realmente teria direito e competência para aceder por mérito ao lugar.


6 - Promover efectivamente o mérito

Ligado ao assunto acima, não sei como poderá ser resolvido sem ser em paralelo, embora
aqui já se tenham de englobar classes não-dirigentes. Dizia-se em tempos que nas empresas
privadas era o que acontecia. Já não é assim. A dependência da ampla maioria destas do
Estado tornou-se tão grande que já quase não há empresas de alguma dimensão que não
tenham, pelo menos entre os seus Administradores e Directores comerciais, alguem
fortemente ligado aos Partidos do Poder ou Governantes. Nos sectores tecnicos tal em
geral acontece pouco, embora as “cunhas” ainda funcionem largamente, mas por exemplo
nas consultorias juridicas e fiscais (vulgo trafico de influências), é em geral um espanto.

7 - Previligiar as empresas dos sectores que interessam

Portugal com a sua dimensão e problemas não pode, a meu ver, dispersar esforços como
se duma ampla economia de mercado se tratasse. Acho que definida uma estratégia e
demarcados os sectores a previligear , de uma forma obviamente dinâmica e sujeita a
avaliações de resultados e revisões periodicas, deve fazer-se uma descriminação positiva
desses mesmos sectores, quer no que respeita a incentivos (como já foi feito no SIII ),
quer a questões juridicas e fiscais, quer mesmo no que respeita à gestão e investigação e
desenvolvimento. A afirmação de uma estratégia orientadora para o País, suportada
pela maioria dos Partidos por compromissos firmes e publicos, é talvez a maior
necessidade para o nosso desenvolvimento rápido e sustentável e para a criação de
emprego tanto produtivo como em consequência social.

8 - Acesso facilitado ao crédito

É um dos entraves mais importantes em Portugal tanto para empresas já estabelecidas
como sobretudo para empresas novas, recem criadas ou em expansão. Apesar do esforço
feito na criação de Sociedades de Capital de Risco, factor essencial, a maior parte das
existentes não passam de respostas de “marketing” da Banca comercial tradicional perante
a pressão do Governo, espelhando a mesma filosofia “salazarenta” de aversão total ao
risco e à inovação. Até os seus quadros vêm em geral da Banca tradicional não tendo
portanto nem a preparação, nem a experiência, nem a mentalidade necessárias para
esta actividade. Na fase mais dificil do empreendedorismo, quando é necessário decidir
enveredar pela nova actividade ou continuar no confortável emprego sem hipotecar a
família, a Banca faz tantas exigências de garantias e apresenta tais dificuldades a
qualquer empréstimo, que imediatamente desencoraja o mais afoito. E no entanto
se calcularmos os tipicos lucros anuais de um Banco médio português tradicional e
admitirmos que metade seriam empregues como capital de semente, daria para
lançar cerca de 1000 (!) empresas/ano. Como ainda funciona o sistema bancário
português, continua a ser mais fácil um notório traficante com bens obter um empréstimo
que um potencial empresário inovador iniciar a sua empresa. E veja-se como a Microsoft,
a Apple, o Google e tantas outras empresas foram apoiadas. Sem verdadeiro capital de
risco bem se pode hoje esperar ( sentado ) por inovação aplicada, que no entanto tanta
falta faz tanto à competividade como no combate ao desemprego e à formação de quadros.

9 - Criar tribunais contratuais especificos.

É inutil estar à espera que a Justiça se reforme globalmente no nosso País. As
pressões politicas e mediáticas são demasiado grandes para se esperar obter prazos
aceitáveis ou outras condições a curto prazo. No entanto um dos obices principais postos
ao investimento em Portugal é a demora da Justiça, em particular em questões contratuais.
Não estamos a falar apenas nos Tribunais de Trabalho, que por sinal até são dos mais
expeditos do nosso sistema, mas tambem nos contratos entre empresas. Nos tempos
actuais em que, por exemplo, o chamado “outsourcing” tem tanta importância, não haver
decisões atempadas no que respeita a contratos ( prazos, qualidade, cessação etc.) é uma
situação inaceitavel. Na minha opinião há que criar Tribunais especificos para o efeito,
com prioridade para as empresas consideradas estratégicas como as acima indicadas.

10 - Rever questões fiscais nas áreas prioritárias.

No essencial é um problema de funcionamento não muito diferente do acima mencionado
juridico. No entanto tem aspectos especificos a considerar, dos quais o mais importante,
( julgo eu ) é a questão do IRC. A questão geralmente posta para justificar a redução de
taxas do IRC é simples : o que é que rende mais (?): 25% de 0 (supondo a manutenção da
taxa e que não há mais produção) ou 15 % de 1.000.000 (supondo que uma redução da taxa
levaria bastantes empresas a investir e laborar no País). Claro que a resposta é obvia, resta
saber é se passaria a haver assim investimento, se diminuiria a fuga ao fisco, se outras
economias não terão outros factores mais atrativos etc. etc. O facto é que alguns incentivos
fiscais já são largamente aplicados em Portugal sobretudo em relação ao capital estrangeiro
e não devem ser duplicados. Mas é uma área a estudar com muita profundidade.

11 - Qualificações e precaridade.

As questões da qualificação e acesso às TI parecem-me estar relativamente bem
encaminhadas em Portugal, embora certamente precisem de ajustamentos. É quase
indiscutivel a importância que uma formação adequada tem para o desempenho
e deveria ter para a produtividade ( se acompanhada pelo necessário investimento e
melhoria de métodos ) e para os proveitos de cada trabalhador e não só, mas há ainda
vários conceitos errados sobre a formação necessária e sua importância :
- O primeiro conceito é que numa empresa “hi-tech” (tipo Qimonda) todos os trabalhadores
são altamente qualificados. É em grande parte falso. Neste tipo de empresas altamente
automatizadas os engenheiros, encarregados e pessoal de manutenção são forçosamente
qualificados mas o pessoal das linhas de montagem já em geral não. Por exemplo na
fábrica de turbinas a vapor da Westinghouse em Memphis os operários são recrutados
entre os plantadores de algodão locais ! Nem poderia ser de outra forma, senão como é que
chineses, vietnamitas, malaios etc. poderiam ter industria de ponta sendo que a maior parte
da sua mão-de-obra vem directa da agricultura de subsistência ? Ou os própios USA, onde
25 % dos trabalhadores mal sabem ler, poderiam ser o gigante industrial que ainda são.
- Em complemento o conceito de que todos os pouco educados são, por definição, pouco qualificados. Tambem em grande parte falso. Há evidentemente muitos trabalhadores pouco qualificados e em geral com niveis de educação muito baixos, no entanto há muitos mais razoavel ou altamente qualificados com os mesmos niveis de educação baixos. Isto porque, em geral os mais velhos, não tiveram oportunidade de estudar dadas as condições
de vida familiares mas, nas empresas para onde foram, aprenderam penosamente muita coisa que lhes deu a qualificação que hoje têm. Bases teóricas obviamente são poucas mas experiência profissional, conhecimentos pragmáticos e habilidade manual como eles,
poucos têm. Claro que a estabilidade de emprego e a formação interna nas empresas que então se fazia foram fundamentais no processo. Tambem a nossa proverbial capacidade de adaptação ajudou muito, sobretudo na emigração. A precaridade é inimiga absoluta da qualificação. Ninguem pode em meia-duzia de anos passar, por exemplo, da construção civil para uma padaria, daí para uma metalomecânica e depois para um balcão e ser qualificado em qualquer destas áreas.
Isto sem falar nos problemas sociais que são não conseguir empréstimos para comprar casa
ou carro, ter de ficar na casa dos pais, ter dificuldade em constituir familia etc., alem de
receber em geral o salário minimo. Devemos actualmente ser o País que mais gente qualificada e até licenciada tem em “call-centers” ou caixas de hipermercados.

12 - Promover a formação em gestão.

A reconhecida carência de formação em gestão da generalidade dos nossos empresários
não pode ser abordada de forma uniforme. Se realmente 80% das nossas PME são na
verdade micros com menos de 4 trabalhadores, teremos 200.000 (?) empresários que não
podem ( pois têm de ser em geral tambem trabalhadores ) dedicar-se à gestão no seu
sentido usual. A formação em gestão tem de ser portanto diferenciada :
- Até 10 trabalhadores as necessidades não devem ultrapassar o saber fazer orçamentos,
como ir buscar financiamentos, saber ler uma Demonstração de Resultados ou um
Balanço, como preencher letras e livranças, obrigações fiscais e principios base como: não
se dever ter um só cliente ou financiar investimentos com empréstimos a curto prazo etc.
- Nas chamadas pequenas ( 10 a 50 trabalhadores ) já a parte comercial começa a ter
importância e noções sobre o assunto ou como fazer um plano de investimento ( e como
calcular o retorno ) ou de negócios devem adicionar-se. Importante tambem a noção de que
um quadro não é para tirar poder mas sim colaborar com o empresário e noções de
cidadania, ética, humanidade e de como gerir o pessoal serão benvindas.
- Nas médias ( 50 a 250 ) começam a ser necessárias as noções mais clássicas de gestão,
acompanhadas claro da formação humana, ética e de cidadania.
- Nas grandes ( > 250 ), alem do dito anteriormente, convem em primeiro lugar que os
gestores pelo menos conheçam as empresas ( o que geralmente não é o caso ) e a
concorrência e se apercebam de vez que o jargão americano de gestão, com os seus
“outsourcing”, “downsizing” etc. que fazem as delicias ( e proveitos ) dos gurus, não são
para aplicar às cegas. O resto é mais clássico e MBA em geral não faltam.

Claro que para os primeiros casos, terão de ser distribuidos vistosos diplomas, de
preferência de Universidades, atestando a formação. Darão um forte contributo à auto
-estima de muitos empresários que não puderam estudar e removerão muitas barreiras.

13 - Reorientar a Investigação e Desenvolvimento.

É uma questão geralmente fraturante na comunidade académica. Por várias razões mas
julgo que as realmente principais ( mas nunca referidas ) são o facto dos Prof `s não se
sentirem à vontade na investigação aplicada e a “obrigação” de fazer investigação
fundamental para os “papers” e Doutoramentos. Ao contrário por exemplo da Alemanha,
é raro uma empresa portuguesa recorrer à Universidade para resolver problemas práticos
e inesperados como a proliferação de moscas numa compostagem ( passou-se comigo ) ou
outros. Só pelo assunto seria concerteza imediatamente expulso do veneravel Campus.
A burocracia, dificuldade de entendimento, esquemas diversos dos quais a permanente
tentativa de aproveitar o projecto para “sacar” fundos comunitários por exemplo, é o pior, prazos e preços etc. são totalmente desencorajadores. Temos gente qualificada nos
projectos do reactor de fusão ou do acelerador de particulas mas, que eu saiba, os casos da
praga nos sobreiros principalmente em Santiago ou dos nemátodos nos pinheiros, que
tantos prejuizos reais causaram e ainda causam, não foram objecto de uma abordagem
profunda, pragmática, imediata e conclusiva por parte da Universidade. Não é um assunto
fácil mas é inevitável abordá-lo de vez. Já agora uma provocação: quantas patentes
tecnológicas têm as Universidades nacionais ? Eu, individualmente, com um “miserável”
( ? ) mestrado nos anos 60, tenho duas ( por enquanto ).

António Jardim

12/03/10

Ainda o Dia Internacional da Mulher

CONVITE


O Departamento Federativo das Mulheres Socialistas de Setúbal convida para uma Sessão de homenagem a mulheres sindicalistas de Setúbal, no âmbito do centenário do Dia Internacional da Mulher, a realizar dia 18 de Março às 21h na sala da Assembleia Municipal de Montijo (Rua Almirante Cândido dos Reis, junto à praça da república).
A iniciativa conta com a presença de Helena André, Ministra do Trabalho e da Solidariedade Social.

Programa

21.00h Início da sessão
- Intervenção Presidente da Concelhia de Montijo – Maria Amélia Antunes
- Intervenção do Presidente da Federação de Setúbal – Vitor Ramalho
- Apresentação de documentário “As mulheres – 100 anos de História” pela Presidente das Mulheres Socialistas de Setúbal – Catarina Marcelino

21.45h momento de poesia

22.00h Homenagens - (Filomena Ventura FENPROF; Emerênciana SINTAP; Donzilia Antunes STAD; Maria Cristina Murta SINDEL; Emília Mondim Comissão de Trabalhadores da Empresa CONTROL DATA)

22.30h Intervenção de Helena André – Ministra do Trabalho e da Solidariedade Social

11/03/10

Programa de Estabilidade e Crescimento

Por José Azevedo Assis


Estabilidade

1.Foi apresentado, pelo Governo, o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) que influenciará a economia, e portanto a nossa vida, até 2013, ano em que o défice do PIB terá que ser igual ou inferior a 3% - regra a esta data.

1.
São medidas de austeridade. O corte na despesa pública, com implicações, pelo menos indirectas, nas funções do Estado e a contenção salarial deixarão o Estado Social mais fraco, objectivamente. Porventura, é hora de reflectir sobre a construção da Europa Unida, porquanto o PEC é uma exigência da UE. Nessa reflexão devemos incluir o que correu mal mas também o que correu bem. É justo recordar o que foi Portugal antes da entrada na então CEE, a coragem daqueles que contribuíram activamente para essa entrada e a ajuda que a Europa nos deu para que Portugal fosse um país mais próspero. Nestes momentos é importante não esquecer o caminho percorrido. Com diversos quadros comunitários de apoio, entre os quais o que ainda está em execução (o QREN, apesar da taxa de execução exígua mas com 500 milhões de euros para as autarquias já garantidos) o nosso país não teria hipótese de desenvolvimento não fosse essa ajuda. E hoje estamos na zona euro. É um desafio, é verdade. Mas a esse desafio estamos a responder. É bem melhor estar nesse campo do que estar como a Islândia, por exemplo, que deixou de ser soberana porque faliu. Ou, como alguns países da UE, que não estando na zona euro, não podem competir entre os países mais avançados. Estar entre os melhores tem destas coisas, é preciso estar à altura e não perder o ritmo.

O PEC português disse "presente" ao cumprimento das obrigações europeias. O povo vai dizer também "presente" ao cumprimento do PEC, mesmo que, nestes momentos difíceis, os arautos da desgraça e saudosistas de um passado cinzento tentem emergir com as suas ideias eurocépticas e até anti-europeístas.

2.
Absolutamente notável a entrevista que Mário Soares deu ao PÚBLICO, na sequência do 20º aniversário desse jornal. Lúcido e sábio, apontou vários problemas globais e a saída para esses impasses. Pai fundador da Democracia, compreende-se algum desencanto com o que se passa quanto à sua qualidade, mas também se compreende o sentimento esperançoso que incute, de modo expressivo aliás, no seu pensamento. Soares conhece muito bem os portugueses e sabe da sua capacidade.
No próximo dia 13 de Março vai estar em Setúbal num encontro organizado pela Federação Distrital de Setúbal do PS.

Mariana Caixeirinho encabeça lista à Comissão Política PS. Abertura de Sede em Alcácer


PS movimenta-se para a eleição de Abril

Mariana Caixeirinho vai encabeçar uma lista que concorrerá na eleição dos órgãos directivos do PS/Alcácer, que terá lugar a 10 de Abril próximo. A moção estratégica a apresentar aos militantes terá o lema "DINAMIZAR E FORTALECER O PARTIDO" e apresenta um programa para os dois anos de mandato com diversas iniciativas políticas de dinamização do partido e da vida política económica e social de Alcácer.

Participação dos Militantes

Passa também, por um compromisso de reunir os militantes mensalmente, para debate de temas de interesse ao partido e ao concelho, na sede que vai abrir no próximo dia 27 pelas 11h00, situada na Rua Marques de Pombal. nº.4.
A abertura desta sede é obra da Secção de Alcácer do PS que é liderada por Rui Damião.
Também a Secção do Torrão abriu sede, o ano passado.
Recorde-se que a Comissão Concelhia não tem sede.
O actual Presidente da Comissão Concelhia é João Massano, e espera-se que afecta à actual Comissão Política Concelhia surja, também, lista candidata e que apresente moção estratégica sustentada, para rivalizar com a de Mariana Caixeirinho, possibilitando, dessa forma, o debate de ideia e acção no partido. Tal lista, a surgir, contará talvez, com Clemente, que na eleição de há dois anos concorreu contra Massano e esteve à beira da vitória.

Voltaremos a este tema muito brevemente, trazendo, nomeadamente, os nomes dos militantes que constituirão as listas candidatas.

08/03/10

Lapso

No texto abaixo, com o título 2ª Aniversário do Clube de Política, onde se lê:

"no primeiro ano publicámos 300 trabalhos" deve ler-se 160 trabalhos.

Apesar das Divergências

MENSAGEM DE VITOR RAMALHO, PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO DO PS, DO DISTRITO DE SETÚBAL

O debate de ideias e o incentivo ao debate são fundamentais para a consolidação e o aprofundamento de qualquer projecto politico, razões bastantes para que pela passagem do 2º aniversário felicite o Clube da Politica de Alcácer do Sal e o blog Sadão mesmo que algumas vezes possa não partilhar das posições que exprimem.

Passou o 2º Aniversário do Clube de Política

A decisão de fundar o Clube de Política de Alcácer do Sal, foi tomada a 18 de Dezembro de 2007 e a 4 de Março de 2008 saiu ao público, o jornal em papel, "O SÁDÃO" de 28 páginas, o qual teve muito impacto e marcou o início da actividade do Clube e do blog. A partir de então o blog OSADAO, publicou mais de 400 trabalhos e recebeu mais de 94.000 visitas. No primeiro ano publicámos 300 trabalhos e recebemos 23.000 visitas, o que significa que a visitação mais que quadruplicou, do primeiro para o segundo ano.

Fundado ao abrigo do artº. 112 dos estatutos do Partido Socialista, podem ser membros do Clube, quer militantes quer pessoas não ligadas ao partido.