30/11/08

Carlos Zorrinho*

Natal “Magalhães”

O potente combate à fractura digital que o “Magalhães” promove é uma alavanca de inclusão social e uma garantia de maior igualdade de oportunidades
Seguia um destes dias por uma rua de Lisboa quando fui abordado por uma mãe ainda jovem e com ar sofrido que me disse qualquer coisa como isto – “doutor, desculpe incomodá-lo, mas quero dizer-lhe que este ano, pela primeira vez, os meus dois filhos vão ter uma prenda de Natal como sempre desejaram. Sinto-me feliz porque arranjei alguns euros e lhes pude proporcionar o “Magalhães” e eles agora já podem aprender como os outros colegas da escola que já estudavam usando os computadores dos pais e dos irmãos. Sabe … é que eu sou sozinha a trabalhar e não temos computador na nossa casa”.
Fiquei comovido com este singelo episódio e ainda mais sensibilizado para o risco que algum eventual erro, atraso ou menor empenho no circuito pode ter nas expectativas de muitas crianças. Mas fiquei também ainda mais convicto da importância desta medida e do seu forte sentido político.
Há muita gente que não percebeu ainda que o maior valor acrescentado da iniciativa não é a produção em Portugal de grande parte dum computador exportável (o que por si só já não seria pouco), mas sim a inovação no seu uso como uma ferramenta pedagógica com um potencial único para a disseminação do uso da informática em crianças dos seis aos 11 anos.
Outras, pelo contrário, perceberam tudo e são contra exactamente porque compreenderem o carácter progressista e reformador da iniciativa. O potente combate à fractura digital que o “Magalhães” promove é uma alavanca de inclusão social e uma garantia de maior igualdade de oportunidades. Com o seu impacto diminuirá o fosso gerado pelos diferentes ambientes de aprendizagem que rodeiam as nossas crianças.
Fernão de Magalhães fez parte da história do mundo e da história de Portugal. Com o computador que ostenta o seu nome muitas “histórias” como a que se conta neste texto estão a acontecer. “Histórias” que nos podem fazer ambicionar um futuro melhor!

*Coordenador nacional da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico


E a imagem do nosso Fernão Magalhães deve correr mundo também com outras iniciativas.

Vem isto a propósito de uma viagem que está a ser organizada a partir de Alcácer, de volta ao mundo seguindo a rota de Magalhães, com um JUNCO CHINÊS tripulado por filipinos (Magalhães morreu nas Filipinas) que vêm à terra natal de Magalhães prestar homenagem ao navegador e ao povo português e que depois se juntará a uma CARAVELA, para juntos darem a volta ao mundo significando a universalidade e encontro de raças e civilizações.

Os Descobrimentos são o maior feito da História dos portugueses. E desse facto temos de saber tirar partido.
Os descobrimentos foram para a Humanidade mais importantes que a chegada do homem à lua. E nos descobrimentos os portugueses foram entre todos os maiores|

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