30/09/09

INTERVENÇÃO INFELIZ DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Cavaco Silva fez uma comunicação ao país a propósito das "escutas telefónicas" e não esclareceu nada do que era essencial esclarecer. E o essencial era se desconfia ou não, de que a Presidência andou a ser "espiada" por elementos do gabinete de José Sócrates, porque foi isso o que o Público noticiou no passado dia 18 de Agosto. Se dúvidas havia, dúvidas ficaram e Cavaco atirou mais lenha para a fogueira da guerra política com o partido socialista.
Do mais Alto Magistrado da Nação espera-se a clarividência, que não foi demonstrada nesta comunicação e a qual desagradou a todos os partidos.
O que deveria ter sido feito pela Presidência da República era, no próprio 18 de Agosto, reagir através do Gabinete do Presidente mas não o próprio.
Não cremos que Jorge Sampaio ou Mário Soares gerissem tão mal esta questão. E a diferença está no facto de Cavaco, não saber de técnica política, tanto quanto sabem os seus antecessores. Soares, Sampaio, Sócrates são animais políticos. Cavaco não é, nunca foi!

Mostrou clarividência o Primeiro Ministro declarando a propósito, que não quer contribuir para uma polémica sobre escutas ou vigilância que desgasta e desprestigia as instituições e advertiu que se recusa a alimentar tabus sobre essa matéria. Que o seu dever é concentrar-me naquilo que é importante para o país, responder aos problemas, aos desafios e assegurar uma governação que esteja à altura dos tempos em que vivemos.
Ao que assistimos é a um domínio total da técnica política por parte do Governo e pouco desse domínio na Presidência da República.

A declaração do Presidente da República em video


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