31/07/09

Os Cornitos do Ministro Manuel Pinho


ESTE PAÍS ESTÁ UM RISO

Este País está cheio de graça! “Graça” teve-a o, então, Ministro da Economia, quando, no Parlamento, quis dar uma marrada em Sua Exª o deputado Bernardino Soares ou, quiçá, em todo o grupo parlamentar do PCP. Este País ficou um riso! A partir daquele instante, assistiu-se...
...a uma inquietude de todo o plenário que, vestindo-se de forcado com jaqueta cor-de-rosa, laranja, azul, vermelho, vermelhão e verde, saltou para a «arena» na ânsia de uma pega frontal ao dr. Manuel Pinho. Depois, foram muitos os que se foram chegando à frente, durante os últimos dez dias. Púdicos, ei-los na praça com uma farpa ou ferro na mão, como se a virgindade fosse a maior virtude seguida naquela «casa».

Ei-los, a debitar boas regras, bons usos, bons comportamentos, boas atitudes, porque o Parlamento merece, e é-lhe devida, dignidade, elevação e ética. E, contudo, muitos (graças a Deus que há gente ponderada) destes senhores de alto coturno, de alto gabarito, de elevada intelectualidade, de insuspeita moralidade, defensores da lei, da ordem e dos costumes, da legitimidade democrática, são os primeiros a vilipendiar as boas maneiras cívicas, as normas de educação, de correcto tratamento mútuo e do bom relacionamento inter-pares.

Em cada sessão há quem seja o exemplo completo e, até perfeito, da desconsideração, do desrespeito pelo outro. Eis muitos destes senhores, agora tão incrédulos e amofinados perante o insólito gesto chifrudo de um ministro politicamente adolescente, esquecidos de si mesmos, dos hábitos costumeiros de insultar este, aquele e aqueloutro, deslembrados dos seus jogos de chacota e de rouquejarem dichotes sobre opositores, não se cansaram de tecer uma toalha de fino linho, como se a gente nunca os tivesse ouvido dizer coisas abomináveis.

Mas como um gesto vale mais que mil palavras… Tudo isto tem feito escola na instituição política mais importante do País. Tudo isto tem sido impresso em cartilha que o povo lê. O Parlamento Português é, assim, uma casa de pequenos demónios que vivem de permanentes intrigas… que saboreiam ridentes e escondidos atrás das portas ou depois nos seus esconderijos preferidos.

Mas a insolência e a malcriadez tem uma solução. Crie-se um curso de novas oportunidades destinadas para certos deputados e futuros ministros eleitos, com frequência obrigatória de Outubro a Dezembro que é o tempo suficiente para concluírem o 12º ano. Ministrem-lhe aos fins de semanas três disciplinas básicas: Literatura Portuguesa ( estudo dos clássicos, bem como de Garret, Camilo e Eça), Educação Cívica e Boas Maneiras e História Contemporânea/século XIX.

Talvez deste modo se possa evitar aquilo que se dizia no século XIX - “o Parlamento é uma vergonha” - bem como o que se comenta no século XXI: O Parlamento está uma vergonha. Para um e outro tempo as evidências discursivas filiam-se num quadro de ausências: Não há eloquência! Não há sapiência! Não há ciência! Não há decência! Não há virtude! E nós, que ainda os vamos ouvindo, de vez em quando, acabamos por ficar como muitos dos senhores deputados e ministros: insensatos, incoerentes, insolentes, intolerantes, coléricos e doidos! …

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