07/06/11

Os Resultados Eleitorais de Ontem

Por Vitor Ramalho, Presidente da Federação do PS de Setúbal


Os resultados eleitorais de domingo traduziram-se numa pesada derrota para o PS e numa tripla vitória da direita. Do PSD que através do seu líder passará a chefiar o próximo governo. Do CDS que cresceu em percentagem e em deputados e integrará o próximo executivo. Do Presidente da República que, com a dissolução da Assembleia correu riscos políticos face à incerteza de haver ou não, no final, uma maioria para governar.

Neste quadro, dos três distritos onde o PS teve mais votos do que o PSD (Beja, Évora e Setúbal) Setúbal foi o único de grande dimensão onde isso ocorreu.

Como é sabido em função dos resultados eleitorais o Secretário-Geral José Sócrates apresentou com grande dignidade - é justo reconhecê-lo - e publicamente a demissão, seguindo-se agora a adopção dos mecanismos estatutários para relegitimação dos novos órgãos do PS.

Na qualidade de presidente da federação e em nome do secretariado é minha obrigação registar e reconhecer o empenho e a generosidade com que os militantes se integraram na campanha eleitoral, evidenciando o orgulho de pertencerem ao grande partido estruturante da democracia que é o PS.

O facto de no distrito de Setúbal termos tido mais votos do que o PSD e de a direita no seu conjunto continuar a ser fortemente minoritária nele não nos conforta por múltiplas razões.

Seja como for no que respeita ao futuro do PS no distrito temos em aberto, como em nenhum outro, todas as potencialidades para reforçarmos o nosso posicionamento nos próximos actos eleitorais futuros, a começar pelas eleições autárquicas e é para esse futuro que devemos olhar.

O país sabe da gravíssima situação de crise que vivemos e das suas consequências.

Independentemente dos resultados eleitorais impõe-se por isso, nesta hora, o reforço do sentido das responsabilidades de todos e de cada um dos militantes do PS. Pelo país. E pelo partido. Tanto mais que o PS vai entrar agora num período de eleições internas, sempre propicio a uma maior afectividade na tomada de posições que às vezes toldam a racionalidade mas que em circunstância alguma devem afectar o debate que tem de ser enriquecedor e nunca de conflitualidade pessoal.

Por outras palavras - que a preparação do Congresso que se vai abrir no PS seja factor de elevação da qualidade do debate, da projecção das ideias, do confronto delas, do reforço do ideário e jamais um meio de confronto redutor e fulanizado. Todos os militantes que detêm responsabilidades no partido, das secções à direcção nacional têm e devem lutar com coragem por este objectivo que no fundo se traduz na elevação da política, indispensável à sua credibilização. É por aí que passa o futuro do PS e de Portugal. Nunca nos devemos desviar deste caminho.

Os militantes e os eleitores saberão julgar o que fizermos.

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