25/09/09

PS com 8 pontos de vantagem sobre PSD


CDU EM ÚLTIMO


PS alarga vantagem sobre o PSD
Partido de Manuela Ferreira Leite encolhe. Já nem uma aliança pós-eleitoral com o CDS será suficiente para impedir os socialistas de formarem Governo

Por PAULO MARTINS

A redução de intenções de voto no PSD atira os socialistas para uma situação confortável. Em vésperas das eleições, o PS dispõe de oito pontos de avanço sobre o rival. Disputa entre CDS e CDU pode ser o outro ponto de interesse do sufrágio.

O esvaziamento do balão laranja, que a sondagem da Universidade Católica para o JN, o DN, a RTP e a Antena 1 revela, constitui a única explicação plausível para o alargamento do fosso entre os dois principais partidos. Embora o número de eleitores que garante ir votar no próximo domingo tenha crescido, nenhuma das duas formações parece ter beneficiado com isso. Muito menos o PSD, que até "encolheu".

O PS estabilizou nos 38%. Trata-de de uma percentagem próxima da obtida por Ferro Rodrigues em 2002, no confronto com Durão Barroso, em que saiu derrotado. No entanto, a comparação é arriscada, uma vez que as eleições de há sete anos foram especialmente bipolarizadas, enquanto as actuais prometem acentuar a pulverização do eleitorado por cinco forças políticas, já perceptível nas Europeias do Verão passado.

Com o score agora obtido, o PS pode continuar a reivindicar a maioria absoluta, mas é muito pouco provável que a revalide. A perspectiva de ser constituído um Executivo sem apoio parlamentar seguro mantêm-se assim de pé, até porque, a fazer fé nestes resultados, uma aliança entre PSD e CDS não impediria José Sócrates de formar Governo. O líder socialista já admitiu a possibilidade de dialogar com os partidos mais à Esquerda, para selar acordos pós-eleitorais, se os resultados o obrigarem a dar esse passo. Contudo, pode preferir um Executivo minoritário, confiando que Bloco e CDU não se aliarão à Direita para o derrubar.

O partido de Francisco Louçã, que regista uma assinalável estabilidade em matéria de intenções de voto, consolida, aparentemente, o estatuto de terceira força. Pode vir a eleger 22 deputados, segundo a projecção efectuada pela Católica, que deve ser encarada com reservas, uma vez que a sondagem não se baseou em amostras representativas de cada círculo. A confirmar-se este vertiginoso crescimento, o BE quase triplica o número de mandatos.

As duas outras formações que hoje dispõem de representação parlamentar continuam em situação de empate técnico, que deixa tudo em aberto. Os comunistas foram perdendo gás e, neste estudo, são ultrapassados, à tangente, pelo CDS de Paulo Portas. Nada que constitua uma novidade: nas últimas eleições, a votação nos dois partidos situou-se na casa dos 7% e a CDU só "ganhou" três décimas (mas mais dois deputados).

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